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domingo, 19 de abril de 2009

O equívoco de Cavaco Silva


Cavaco Silva, afirmou recentemente que "Empresários, banqueiros e gestores submissos em relação a ministros e secretários de Estado pouco contribuem" para resolver a crise.

Ora, aquilo que na realidade o nosso estimado presidente deveria ter dito era o seguinte, "Ministros, secretários de estado, autarcas e a classe política em geral submissos em relação aos grandes grupos económicos e à banca pouco contribuem" para resolver a crise.

O Presidente da República deste modo apelou à autonomia face ao poder político, quando deveria ter apelado à autonomia face ao poder económico. Que a classe política mundial tem sérias responsabilidades na actual crise, isso é um dado mais do que evidente, agora que a ânsia do lucro a qualquer preço levada a cabo pelos grandes grupos económicos e sector da banca são a essência de toda a crise, isso também parece-me demasiado óbvio.

Existem, por certo, casos onde a preocupação de Cavaco Silva tem a sua devida sustentação, mas analisando a situação num campo muito mais abrangente a afirmação do Presidente da República, demonstra uma visão de muito pouca profundidade e de certa forma um paradoxo perante aquilo que foi o comportamento de toda a grande classe empresarial até muito recentemente, e aí não cheguei a ouvir uma única afirmação do senhor Cavaco Silva alertando para aquilo que se estava então a passar no mundo político / económico. Mas sei bem o porquê de tal: caso contrário não conseguiria ter sido eleito!

3 comentários:

HG disse...

Caríssimo Ricardo,

Muito bem visto. Sinceramente, quanto a mim, o que Cavaco pretende é criticar, de alguma forma, a actuação deste Governo, porém errou na forma de o fazer.

Sem dúvida que tem de haver uma separação do Estado em relação ao poder Económico/ Financeiro, tal como se fez a separação, nos Estados Laicos, entre o Estado e a Igreja. Não deve haver favoritismo seja de qualquer grupo empresarial, seja de qualquer tipo de confissão religiosa. Essa separação deve ser igual somente até ao ponto de que o Estado deve continuar o seu papel de fomentador da Economia no sentido de atrair, criar e fortalecer todo o tecido empresarial.

Conhecendo cada vez melhor a triste realidade política (tanto a nível mundial como nacional) e os políticos da treta da nossa praça, a demagogia destes políticos é uma estratégia cada vez mais fácil de identificar. Vestem a capa, mas deixam o rabo de fora. É sempre fácil de lançar prognósticos no final do jogo...

jardinsdeLaura disse...

Meus caros agitadores de serviço,
O que afirmou recentemente Cavaco Silva só denota o seu total desfazamento da realidade!!!
O que aliás é incrível porque sendo a crise MUNDIAL e sendo mundialmente conhecidas e debatidas as razões que estão na sua origem até custa a acreditar em tanta "ingenuidade"! Ou será senilidade?!
Quem neste momento negar ou mesmo desconhecer que a principal razão desta crise se deve à falta de escrúpulos desmesurada e ao comportamento irresponsável do poder Financeiro e Económico NÃO É MINIMAMENTE CREDÍVEL!!

José disse...

Concordo com tudo o que disseram os comentadores anteriores a mim. Queria acrescentar ainda, que os menistres E secretários de estado do tempo do PR,parece que não há nenhum que não esteja enterrado em dinheiro,
Vergonha é o que falta a esta gente.

parabéns Ricardo


Abraço