Desde há alguns séculos que a vida sacerdotal (na Igreja Católica) implica castidade. Não são permitidos os casamentos de sacerdotes, porque o Vaticano não gostaria nada de lhes ver fugir a herança de um padreco para as mãos de uma viúva ou de um filho (Rodriguez, Pepe: Mentiras Fundamentais da Igreja Católica; 2001). Devido a intenções puramente materialistas e muito pouco espirituais, como esta, é que se têm cometido ao longo dos séculos crimes carnais que têm passado impunes à Justiça do Homem.
O problema da sexualidade desviante dos sacerdotes da Igreja já é histórico. Sob o pontificado de Leão e dos seus sucessores. no século IX, muitos mosteiros tornaram-se refúgios de homossexuais e conventos viraram bordéis onde bebés indesejados eram mortos e enterrados. O Concílio de Aix-la-Chapelle, reconheceu esse facto.
O Papa João XII chegou a ser acusado de cometer incesto com as suas irmãs, de converter o palácio oficial em serralho ou bordel, de deitar-se com a prostituta do seu pai, etc.
No pontificado de Papa Benedito VI muitas senhoras francesas, inglesas e espanholas que visitavam Roma foram seduzidas ou violentadas e ali permaneceram como cortesãs, indo muitas delas parar ao palácio do Papa para serem suas escravas sexuais. Este Papa foi descrito pelo Papa Silvestre II como um "horrível monstro" e o sínodo de Reims desacreditou-o como "um homem que em criminalidade superou o resto da humanidade".
O Cardeal Cossa mantinha uma residência em Bolonha que, segundo testemunhos, incluía "200 jovens, mulheres casadas e viúvas e muitas freiras".
O Papa Pio II, brincando, costumava chamar o cardeal Pietro Barbo de São Marcos - seu sucessor - de "devota Maria". Barbo, o futuro Paulo II, gostava de ver homens nus serem colocados no cavalete e supliciados. Este Papa era homossexual.
O Papa espanhol Alexandre VI (Rodrigo Bórgia) era conhecido pelas suas depravações sexuais. Era ainda do tempo em que os papas podiam ter filhos (ele reconheceu 3 deles). O casamento clerical já não era permitido porque havia sido proibido 4 séculos antes pelo Papa Gregório VII. Foi conhecido por cometer incesto com a sua filha Lucrécia Bórgia, ter diversas amantes, organizar bacanais papais, etc. (Cawthorne, Nigel - A Vida Sexual dos Papas - 1996)
Têm havido relatos ao longo de toda a História da humanidade de vários órfãos de pai, que são conhecidos por serem os filhos do padre da paróquia. De facto, os nuestros hermanos espanhóis até têm um ditado bastante cómico em relação a esse facto: "Los curas son las unicas personas a quienes todo el mundo llama padre, menos sus hijos, que los llaman tios" - Os padres são as únicas pessoas a quem toda a gente chama pai, menos os seus filhos, que lhes chamam tios - (Burguen, Stephen - A Língua Da Tua Mãe - 1998).
Só no Brasil, 2 mil dos cerca de 7 mil padres que abandonaram a vida sacerdotal para se casarem formaram um movimento nacional dos padres casados, os quais pretendem novamente voltar a celebrar missa, desde que o Vaticano os aceite na sua condição de homens de família. De facto, o casamento de sacerdotes poderá ajudar a mitigar alguns problemas sexuais dos padres, mas não os evitará, tal como a própria da Igreja Católica o demonstra.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
O clero e os seus problemas de incontinência sexual I
terça-feira, 16 de setembro de 2008
A geração das crianças criadas em laboratório
A actual geração de miúdos não vai ter uma infância com muitas e saudosas recordações. Penso que a minha geração (ando na casa dos 30 e poucos) terá sido das últimas a ter liberdade para ser criança. Tenho mesmo óptimas recordações daquele período da minha vida!
Recordo-me de me levantar cedo no Verão e ir bater à porta da casa do meu primo, que vivia mesmo ao lado, e continuar batendo às portas dos amigos para irmos todos brincar, quando chegava ao final da rua chegávamos a ser mais de 10 (o Ricardo Tomás não me deixa mentir).
Recordo-me de irmos "orientar" umas laranjas, maçãs e nêsperas nas hortas aqui da zona. Umas vezes tínhamos sorte, outras tínhamos de largar tudo e correr bastante para não sermos apanhados pelos donos das mesmas.
Recordo-me de irmos apanhar alfarrobas ou amêndoas e vendermos, com o dinheiro que fazíamos íamos comprar Coca-colas para todos.
Recordo-me de noutras ocasiões pegávamos num arrasto e íamos à conquilha e à amêijoa. No final juntávamo-nos todos e fazíamos um petisco.
Recordo-me de fazer casas de madeira com os meus amigos, de construir pequenos estádios de futebol e de limpar as ervas da nossa rua entre todos os amigos.
Recordo-me de construir carrinhos de rolamentos e descer as ladeiras abaixo, de jogar ao peão, de jogar ao berlinde, de jogar futebol durante todo o dia, chegando muitas vezes a casa todo sujo e com pequenas escoriações. Lembro-me de chegar tarde a casa e levar uma repreensão ou algumas bofetadas da minha mãe. A área de competência do meu pai era para as minhas avarias mais graves.
Recordo-me de ir tomar banho na piscina do vizinho quando ele não estava em casa.
Recordo-me de brincar até à meia-noite na rua sem precisar da vigilância permanente dos meus pais.
Esse período até nem foi assim há tanto tempo. As crianças são agora mais fechadas em casa, ficam mais tempo a ver televisão e a jogar ao computador. Os pais vigiam constantemente os filhos, até mesmo dentro de casa. Existe um cuidado exagerado no que diz respeito às compras que se fazem para os filhos, tudo tem que ser perfeito. Até parece que as crianças estão sendo criadas em laboratório. Para quê??!!
Compreendo que existe o alarme da pedofilia, mas quando se vigia um filho deve-se ser discreto e fazer como se o pai ou a mãe não estivessem lá.
Compreendo que há muita mais informação e é natural que façamos uso dessa informação para beneficiar os nossos filhos.
Compreendo que a taxa de crimes tem vindo a aumentar e queremos proteger os nossos miúdos.
Compreendo que pelo facto de sermos extremamente consumistas estamos a envenenar os nossos filhos com essa doença, pois eles exigem as coisas ou porque os amigos também têm ou porque viram na televisão, tal como nós (o pior é que eles não têm a vacina para essa doença).
Agora não compreendo é porque é que estamos tirando a liberdade das nossas crianças, torná-las bastante dependentes e estragadas com mimos. Isso não será pior do que, simplesmente, deixá-las ser como são? Crianças!!