Tive a oportunidade de assistir a este documentário no passado dia 6 do corrente na RTP2 (um dia após a sua estreia mundial) e após a visualização do mesmo, fiquei com a opinião de que, muito mais do que um documentário que foca a problemática do aquecimento global e do meio ambiente, mais do que um Manifesto Ecológico/Ambiental ,aquilo que de facto também nos é apresentado é, nada mais nada menos do que um genuíno Manifesto Político para o século XXI. Um verdadeiro desafio para toda a Humanidade!
"HOME", contém toda a panóplia de questões não só do domínio científico e ecológico, mas também de âmbito político e sociológico primário (Vida em Sociedade, Economia, Modelos de Desenvolvimento, Ambiente, Saúde, Migrações planetárias,Pobreza, etc...) uns mais objectivamente analisados outros indirectamente associados, e pretende constituir-se como um alerta, um «awakening» para o modo e forma de conduta que a Humanidade, desde um não muito longínquo passado até à actualidade tem vindo a adoptar no seu processo de desenvolvimento e crescimento.
"HOME", contém também o perfeito contraponto a tudo aquilo que é a "praxis" dos ditos modelos políticos Neoliberais bem como consequentemente de qualquer sociedade Hiper-Consumista, obstinada pela ditadura do Lucro a qualquer preço.
"HOME", definitivamente o nosso Mundo, indiscutivelmente a nossa Casa!
Do ponto de vista técnico, a realização do mesmo é da responsabilidade do realizador francês Yann Arthus-Bertrand e está simplesmente MAGISTRAL, quer do ponto de vista cinemático (filmado maioritariamente com planos aéreos de uma beleza impressionante),quer do ponto de vista fotográfico.
"In 200,000 years on Earth, humanity has upset the balance of the planet, established by nearly four billion years of evolution. The price to pay is high, but it's too late to be a pessimist: humanity has barely ten years to reverse the trend, become aware of the full extent of its spoliation of the Earth's riches and change its patterns of consumption.
By bringing us unique footage from over fifty countries, all seen from the air, by sharing with us his wonder and his concern, with this film Yann Arthus-Bertrand lays a foundation stone for the edifice that, together, we must rebuild.
On the occasion of WORLD ENVIRONMENT DAY on June 5th 2009, HOME will be the FIRST movie to be released simultaneously on ALL MEDIA (Theatre, TV, DVD, and Internet) and across 5 CONTINENTS.
On June 5th, we all have a date with the planet!"
Link: "HOME - O Mundo é a Nossa Casa"
terça-feira, 9 de junho de 2009
"HOME - O Mundo é a Nossa Casa"
domingo, 22 de fevereiro de 2009
"Tudo Será Diferente"
Luís Marques colunista do "Expresso", referia num artigo seu deste fim-de-semana, que "dado o contínuo agravamento da crise que atravessamos, sem que tal seja possível prever até onde ela poderá ir, de uma coisa podemos dar como seguro - nada vai ficar como antes".
Pessoalmente, considero que vivemos um momento de relevância histórica o qual em sim mesmo, irá conduzir a uma mudança a todos os níveis relevante, com especial ênfase do ponto de vista económico, social e político. E que será de uma exigência bastante dura, apelando a uma participação fortíssima de toda a sociedade civil.
Na mesma linha, na passada sexta-feira, tive a oportunidade de assistir a uma conferência dada em Loulé, onde o convidado - o Prof. Fernando Rosas, um dos grandes historiadores portugueses da actualidade (para esta análise,vamos deixar aqui a associação política do mesmo), reflectia tendo como ponto de partida a própria História, nas causas da "Segunda Crise Histórica dos Sistemas Liberais do Ocidente" concluindo que, independentemente daquilo que possa suceder, de uma coisa poderemos ter a certeza, a actual crise não será curta, já que a própria História assim o tem demonstrado.
Destas várias perspectivas - que considero bastante realistas, independente do epíteto de «demasiado pessimistas» - emergem várias consequências, tais como: sectores de actividade que vão literalmente desaparecer; reajustamento dos paradigmas da Economia; perda substancial a nível mundial de riqueza; níveis de vida que irão baixar; convulsões sociais que desconhecemos a sua gravidade; luta pela sobrevivência que nalguns casos não andará muito longe da anarquia; terrenos férteis para o aparecimento de movimentos nacionalistas e a ascensão de personagens dúbias e milagrosas.
Como tal, vivemos um tempo o qual, enquadrado num quadro de valorização humanista, a racionalidade, a objectividade e acima de tudo a inteligência colectiva será uma mais valia para enfrentarmos com algum optimismo o desafio que este momento nos coloca. E que nos irá remeter para uma mobilização colectiva com um saudável confronto de posições, onde o maior perigo será sempre a indiferença, a apatia social e a subvalorização de tudo aquilo que estamos a verificar no nosso dia-a-dia.
Tal como refere Luís Marques, "qualquer visão de futuro que se queira fazer, terá de partir deste dado: tudo será diferente!"
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
"O Poder dos Pesadelos: A Ascensão da Política do Medo"
Após ter ficado cerca de 1 mês sem Net, situação que me obrigou a reformular os meus hábitos quotidianos caseiros, fazendo-me regressar um pouco ao período "pré-internet de massas" das décadas de 80 -90, onde a únicas fontes de informação quotidiana eram os tradicionais Media (TV, Jornais e Rádio), volto finalmente a postar com regularidade no O. Shakers!
Como tal aqui ficam as minhas sinceras desculpas pela minha ausência, a qual felizmente não foi muito notada graças ao tempo e esforço que o meu colega Hélder tem despendido para manter este blog actualizado!Voltando ao que de facto interessa, deixo-vos aqui uma sugestão referente aos temas Política, Poder e Terrorismo, o qual não é mais do que uma pequena série televisiva de 3 episódios realizada por Adam Curtis, onde este pretende demonstrar o que de facto se encontra escondido por detrás do mais famoso conflito contemporâneo que é a Guerra ao Terror.
Num mundo onde muito recentemente se tem assistido às piores catástrofes naturais da nossa história, porque será que o imaginário colectivo e maior pesadelo contemporâneo continua preenchido pelas imagens de homens de barba perpetuando atentados bombistas? Aqui fica a questão?
Para quem quiser visionar este excelente documentário, é só aceder aos docs.pt
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Controlo da Mente: Como se Processa?
Aqui fica um vídeo explicativo de como o poder , nomeadamente o poder religioso, age sobre os indivíduos desprovidos de qualquer base minimamente crítica do ponto de vista cognitivo.
O próximo vídeo é um excerto do documentário Zeitgeist;The Movie, e coloca em destaque o controlo ao nível dos Mass Media, das políticas de Educação e do porquê da maior parte das pessoas ficar "ás cegas" relativamente ao que realmente possa estar a acontecer.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Jean Meslier (1664-1704), o padre anarco-ateu
«No início do século das Luzes, entre os verdadeiros precursores do anarquismo conta-se uma personagem admirável, Jean Meslier. Padre na aldeia de Étrépigny, na região francesa de Champanha, deixou à data da sua morte um volumoso manuscrito que contém a confissão do mais resoluto dos ateísmos e uma crítica às autoridades religiosas e políticas. Em 1762, Voltaire publicaria extractos do Testamento de Meslier, destacando, sobretudo, a sua faceta irreligiosa. Contudo, os ataques de Meslier visam tanto o poder político como a autoridade religiosa. Para ele, a religião e a política ajudam-se mutuamente: “Entendem-se como gatunos. [...] A religião apoia o governo político, por pior que este possa ser. O governo político apoia a religião, por mais estúpida e vã que esta possa ser.“.
Este sacerdote desejava que “todos os poderosos da Terra e todos os nobres fossem enforcados com as tripas dos padres“. [...]
Uma forma de livrar o povo dos seus dirigentes seria através do assassinato político: “Onde estão aqueles generais matadores de tiranos que vimos nos séculos passados? Onde estão os Brutos ou os Cássios? Onde estão os generais que mataram Calígula e tantos outros monstros semelhantes? [...] Onde estão os Jacques Clément e os Ravaillac da nossa França? Deviam viver ainda no nosso século, [...] para espancarem ou apunhalarem todos esses detestáveis monstros e inimigos do género humano e, deste modo, libertarem todos os povos da Terra do seu domínio tirânico!“.
O padre Meslier demonstrou ser contra a apropriação individual das riquezas da terra preconizando, assim, o comunismo social. No seu Testamento ele lança um verdadeiro apelo ao povo: “A salvação está nas vossas mãos. A vossa liberdade só depende de vós, se todos souberdes entender-vos. [...] Uni-vos, pois, povos, se sois sábios. [...] Começai por comunicar entre vós secretamente os vossos pensamentos e desejos. Divulgai por toda a parte, e o mais habilmente possível, os escritos deste tipo, por exemplo, que dêem a conhecer a todo o mundo a vanidade dos erros e das superstições da religião e que tornem odioso o governo tirânico dos príncipes e dos reis da Terra.“.
O padre Meslier era um solitário e clandestino, para espanto de todos na época, só postumamente é que foi descoberta a sua verdadeira faceta libertária. No silêncio da sua Igreja redigiu em segredo o seu Testamento, tal como o prova a advertência que anexou ao papel que envolvia o seu manuscrito, e que nos foi relatado por Voltaire: “Vi e reconheci os erros, os abusos, as vaidades, as loucuras e as maldades dos homens; odiei-os e detestei-os. Não o ousei dizer durante a vida, mas dí-lo-ei pelo menos ao morrer e depois da morte; e é para que se saiba isto que faço e escrevo a presente memória, para que possa servir de testemunho de verdade a todos os que a virem e a lerem, se a acharem boa.”.»
Este distinto desconhecido teve bastante influência nas revoltas sociais que poucas dezenas de anos depois começaram a acontecer e que têm continuado até aos dias de hoje.
Citações sobre o Poder
Mais uma nova rúbrica aqui no O.Shakers que procura dar relevo a citações de diversas personalidades sobre uma panóplia vasta de temas pertinentes, e que servem de mote para eventuais reflexões.
Para abrir, o tema é o Poder, essa forma de revelação do Homem por excelência (como diria Sófocles)!
"A ambição de poder é a mais forte de todas as paixões" - Tácito;
"Não há poder. Há um abuso do poder, nada mais" - Henri Montherlant;
"O poder não satisfaz, ou melhor, é como a droga e exige sempre doses maiores" - Crescenzo;
"O esforço para unir a sabedoria e o poder raramente dá certo e somente por tempo muito curto" - Einstein;
"Todo o poder é inimigo natural da inteligência" - Marie Condorcet;
" O poder sem abuso perde o encanto" - Paul Valéry
" O homem perde o poder quando é contagiado pelo sentimento de piedade" - Nietzsche;
" Para aquele que aspira ao poder não há meio caminho" - Tácito;
" O poder revela o homem" - Sófocles