É com o maior espírito de solidariedade que o Opinion Shakers se alia ao Projecto Esperança, uma iniciativa do portal Porto XXI.
O que é o Projecto Esperança ?
Não se pode exprimir por palavras a dor de um pai e de uma mãe ao perder o que de mais precioso têm na vida, o seu filho. Não existem palavras que traduzam o desespero e o sofrimento de uma criança a quem lhe é roubado o mundo em que vive.
Não queremos nem podemos ser indiferentes a toda esta infelicidade que nos rodeia, se cada um de nós der um pouco do seu tempo, do seu trabalho e da sua força podemos mudar algo. O nosso pouco pode levar muita esperança aos que dela vivem.
Desenvolvemos alguns cartões que poderá colocar facilmente no seu site pessoal, comercial ou blog. Estes cartões têm fotografias e informações de crianças desaparecidas em Portugal.
A internet é um poderoso recurso no combate a este tipo de problemas. Juntos poderemos levar estes rostos a milhares de pessoas.
Não permita que estas crianças caiam no esquecimento. Colabore!
P.s.: Verifiquem regularmente o widget "Desapareceu" que se encontra na barra lateral. Apelamos, encarecidamente, aos nossos amigos blogueiros que se associem, igualmente, a esta causa.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Projecto Esperança
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Três crianças belgas procuradas em Portugal
O apelo foi lançado pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC) : um homem belga terá raptado as três filhas menores e trouxe-as para Portugal. Andam numa auto-caravana, dormem em parques de campismo e tocam realejo na rua a troco de umas moedas.
No apelo, o IAC é claro: se alguém vir as meninas não deve tentar falar com elas mas, sim, avisar de imediato a Polícia. Qualquer movimento suspeito pode fazer o pai fugir outra vez.
As crianças, naturais de Antuérpia, chamam-se Godelieve, Gerda e Truke. Têm, respectivamente, 14, 10 e 7 anos.
O pai desapareceu com as crianças depois de uma visita autorizada e terá vindo para Portugal em Janeiro deste ano. Mas só em Agosto a Polícia Judiciária foi avisada. O progenitor já foi visto no Algarve, em Janeiro, e no Montijo, em Março deste ano.
A organização Child Focus já divulgou um vídeo sobre esta situação no YouTube.
sábado, 27 de setembro de 2008
Planeta Terra - Século XXI
O autor deste texto é João Pereira Coutinho, jornalista. Vale mesmo a pena ler!
"Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.
Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.
Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.
Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Mas que raio estamos ensinando às nossas crianças!?
"Um extra-terrestre, recém-chegado à Terra, examinando o que mostramos às crianças na televisão, na rádio, no cinema, nos jornais, nas revistas, na banda-desenhada e em muitos livros, poderia facilmente concluir que estamos determinados a ensiná-los a assassinar e a violar, a incutir-lhes crueldade, superstição, credulidade e consumismo. Continuamos a fazê-lo e, através da repetição constante, muitas delas finalmente aprendem. Que espécie de sociedade poderíamos criar se, em vez disso lhes oferecêssemos ciência e lhes incutíssemos um sentido de esperança?"
Já dizia assim, e muito bem, o saudoso Carl Sagan no seu livro "Um Mundo Infestado de Demónios".
terça-feira, 16 de setembro de 2008
A geração das crianças criadas em laboratório
A actual geração de miúdos não vai ter uma infância com muitas e saudosas recordações. Penso que a minha geração (ando na casa dos 30 e poucos) terá sido das últimas a ter liberdade para ser criança. Tenho mesmo óptimas recordações daquele período da minha vida!
Recordo-me de me levantar cedo no Verão e ir bater à porta da casa do meu primo, que vivia mesmo ao lado, e continuar batendo às portas dos amigos para irmos todos brincar, quando chegava ao final da rua chegávamos a ser mais de 10 (o Ricardo Tomás não me deixa mentir).
Recordo-me de irmos "orientar" umas laranjas, maçãs e nêsperas nas hortas aqui da zona. Umas vezes tínhamos sorte, outras tínhamos de largar tudo e correr bastante para não sermos apanhados pelos donos das mesmas.
Recordo-me de irmos apanhar alfarrobas ou amêndoas e vendermos, com o dinheiro que fazíamos íamos comprar Coca-colas para todos.
Recordo-me de noutras ocasiões pegávamos num arrasto e íamos à conquilha e à amêijoa. No final juntávamo-nos todos e fazíamos um petisco.
Recordo-me de fazer casas de madeira com os meus amigos, de construir pequenos estádios de futebol e de limpar as ervas da nossa rua entre todos os amigos.
Recordo-me de construir carrinhos de rolamentos e descer as ladeiras abaixo, de jogar ao peão, de jogar ao berlinde, de jogar futebol durante todo o dia, chegando muitas vezes a casa todo sujo e com pequenas escoriações. Lembro-me de chegar tarde a casa e levar uma repreensão ou algumas bofetadas da minha mãe. A área de competência do meu pai era para as minhas avarias mais graves.
Recordo-me de ir tomar banho na piscina do vizinho quando ele não estava em casa.
Recordo-me de brincar até à meia-noite na rua sem precisar da vigilância permanente dos meus pais.
Esse período até nem foi assim há tanto tempo. As crianças são agora mais fechadas em casa, ficam mais tempo a ver televisão e a jogar ao computador. Os pais vigiam constantemente os filhos, até mesmo dentro de casa. Existe um cuidado exagerado no que diz respeito às compras que se fazem para os filhos, tudo tem que ser perfeito. Até parece que as crianças estão sendo criadas em laboratório. Para quê??!!
Compreendo que existe o alarme da pedofilia, mas quando se vigia um filho deve-se ser discreto e fazer como se o pai ou a mãe não estivessem lá.
Compreendo que há muita mais informação e é natural que façamos uso dessa informação para beneficiar os nossos filhos.
Compreendo que a taxa de crimes tem vindo a aumentar e queremos proteger os nossos miúdos.
Compreendo que pelo facto de sermos extremamente consumistas estamos a envenenar os nossos filhos com essa doença, pois eles exigem as coisas ou porque os amigos também têm ou porque viram na televisão, tal como nós (o pior é que eles não têm a vacina para essa doença).
Agora não compreendo é porque é que estamos tirando a liberdade das nossas crianças, torná-las bastante dependentes e estragadas com mimos. Isso não será pior do que, simplesmente, deixá-las ser como são? Crianças!!