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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

71º aniversário da mais famosa transmissão radiofónica da História


Faz hoje precisamente 71 anos que Orson Welles levou a cabo aquela que provavelmente será a mais famosa transmissão radiofónica de todos os tempos: a encenação e adaptação da obra de H.G. Wells, "A Guerra dos Mundos".

Ao encenar via Rádio,uma violenta invasão terrestre por parte de seres extraterrestres, Orson Wells mais não fez do que mostrar a força e o impacto que este meio na altura (1938) possuía junto das pessoas, sendo também o grande meio de Mass Comunication daquele tempo. Os resultados foram a mais completa histeria colectiva, o pânico exacerbado e a indução junto das populações do medo e terror.

Este é um perfeito exemplo daquela velha máxima proferida por um dos grandes nomes do estudo do fenómeno comunicacional - Marshall McLuhan - o qual muito sintecticamente afirmava: " O Meio é a Mensagem!"

A escolha da data por parte de Wells também não foi casual por certo. Esta era já na altura uma data famosa nos Estados Unidos, isto porque estávamos perante a celebração (de raíz irlandesa) e que há cerca de alguns anos também passou a povoar o nosso "calendário festivo": o "Halloween"!

Durante esta semana, pude constatar nomeadamente a nível local e regional uma certa histeria nomeadamente junto da comunidade escolar e de alguns pais, com reminiscências "orwellianas". Foi o dito caso da pseudo-existência de um "gang" de jovens delinquentes denominados "Boca de Palhaço" que estariam a perpetuar uma série de ataques violentos junto da comunidade escolar local e regional, onde o fundamento dessa "notícia" estaria na circulação da mesma, hoje já não através da Rádio, mas sim através dos meios de comunicação actuais: Telemóveis (SMS) e Internet (E-mail e Redes Sociais).

A reacção sentiu-se de pronto por parte das autoridades regionais, nomeadamente com comunicados para a população a salientar a inexistência factual de tais situações de violência.

71 anos passaram efectivamente, os meios de comunicação estão em permanente reconfiguração,é um facto, mas o comportamento do Ser Humano perante as capacidades dos próprios e o uso que se quer dar a cada um, esse parece que continua inalterável. A histeria colectiva não é muito difícil de criar, muito pelo contrário.

Muitos são certamente os factores do ponto de vista comportamental e da psique humana que podem explicar isso,muito terá a ver com a própria "natureza humana" por certo, mas pessoalmente foco a atenção neste: a falta de capacidade de análise racional e objectiva para questionar aquilo que nos está a ser transmitido.

Não será à toa, que muitas vezes agimos mais como "ovelhas" de um qualquer rebanho do que como seres providos e dotados de uma capacidade intelectual e racional. Enfim, para muitas pessoas, convém mesmo que seja assim!!

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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Documentário - "Fall Of The Republic"

Mais um documentário interessante. Um ângulo de visão deveras diferente daquele que é comum encontrar nos Media sobre a actual realidade política americana e de certa forma também mundial.

Versão integral:

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma Obra, Um Artista - "Your Own Personal Jesus" - Depeche Mode

Agora em jeito de destaque, aproveitando a actualidade do tema...



"Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who cares
Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who's there

Feeling unknown
And you're all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
I'll make you a believer

Take second best
Put me to the test
Things on your chest
You need to confess
I will deliver
You know I'm a forgiver

Reach out and touch faith
Reach out and touch faith

Your own personal jesus...

Feeling unknown
And you're all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
I'll make you a believer

I will deliver
You know Im a forgiver

Reach out and touch faith

Your own personal jesus

Reach out and touch faith"

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mário David, Saramago e a Bíblia



Caros leitores,

Gostaria de deixar aqui o e-mail que enviei hoje ao Eurodeputado Mário David sobre a polémica de Saramago e a Bíblia.

"Exmo. Sr. Eurodeputado,

Permita-me fazer uso da minha liberdade de expressão, essa conquista democrática que V/ Exa. tanto despreza.

Venho pedir-lhe, não só em meu nome, mas também em nome de alguns milhões de portugueses que prezam a liberdade, para que evite proferir declarações de índole totalitária como aquela que proferiu hoje.

Queira V/ Exa. saber que no Artigo 37º da Constituição da República Portuguesa refere a liberdade de expressão e informação como um direito dos cidadãos deste país. Pois Saramago apenas fez uso desse direito que lhe é conferido. A opinião do Nobel da Literatura, partilhe-se ou não é legítima. Por outro lado, ao Sr. Eurodeputado é-lhe igualmente reconhecido o direito de discordar de tal declaração. O que já não é legítimo é o Sr. Eurodeputado vir à praça pública apelar para que o grande escritor português renuncie à cidadania portuguesa, como se para ser português fosse necessário ser crente. Para além de ser uma enorme desconsideração para os milhões de portugueses amantes da liberdade, também é uma enorme afronta para quem não é crente ou professa outras religiões. Apesar de uma parte dessas pessoas não ter votado no seu partido, tal como eu, não lhe fica nada bem proferir afirmações infelizes como a que hoje fez.

Sei que fez a sua ardilosa declaração apelando para que Saramago fosse avante com uma intenção que ele já antes demonstrara, mas tal estratagema do Sr. Eurodeputado só demonstrou uma coisa, o seu perfil totalitarista.

Como sou amante da Democracia e do meu país nunca poderia ficar calado, sem lhe demonstrar o meu enorme desagrado e vergonha pelas declarações proferidas por um cidadão português eleito democraticamente.

Espero que faça tanto pelo seu país como Saramago já fez por Portugal.

Saudações democráticas.

Do eleitor,
Helder"

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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A "Democracia Instantânea"

Miguel Sousa Tavares escrevia na sua crónica deste fim de semana no semanário Expresso, algumas considerações interessantes sobre aquilo que o próprio considera de "alguns motivos de verdadeiro orgulho pátrio".

De entre vários, os quais poderão os prezados leitores aprofundar aqui, Miguel Sousa Tavares tem uma afirmação curiosa acerca das reminiscências salazaristas que infelizmente ainda caracterizam fortemente muita da forma de certos cidadãos se pronunciarem acerca da mais variada panóplia de assuntos, umas vezes comportando-se como genuínas ovelhas de rebanho, ora outras quais tigres-de-Bengala na defesa selvática das suas "verdades".

Diz então o cronista:

" Salazar está morto, mas o espírito do 'maior português de sempre' continua vivo e passeia-se por aí, na Net e disfarçado de 'democracia instantânea'. Ah o que o querido santacombadense se não teria deliciado com o fabuloso mundo dos blogues e das redes sociais! Os incómodos e trabalhos a que não se teria poupado com um instrumento desses ao dispor!"



Vem isto a propósito daquilo que desde à algum tempo constato na forma como determinados blogues nacionais e locais comportam-se e actuam, naquilo que mais não é do que fomentar uma ideia de pseudo-liberdade de expressão!

Agem de forma maniqueísta no intuito de condicionar a opinião pública nacional e local como forma de alcançar objectivos camuflados e de colocar em prática estratégias concebidas por mentes permanentemente manipuladores com vista a orientar de forma subliminar o pensamento de mentes menos esclarecidas e blindadas (as ovelhas de rebanho) de modo a que progressivamente sirvam-se das mesmas para que à posteriori - fazendo uso e despertando o outro lado mais selvagem da mente - possam legitimar as suas "verdades" os seus "propósitos". Tudo, sem a preocupação de ver debatido de forma elevada e aprofundada os temas propostos.

É no fundo a mediocridade em todo o seu "esplendor"! Aquilo a que alguns apelidam de "prostituição intelectual"!

São várias as técnicas utilizadas, para sustentar toda esta estratégia de "democracia instantânea", a título exemplificativo: a pseudo-moderação de comentários; a vangloriação provinciana por "records" de visitas aos referidos espaços; a pseudo-veracidade colocada em determinados "posts"; a criação de figuras fictícias e imaginárias que mais não fazem do que ocultar a verdadeira identidade destes "super-heróis" dos tempos modernos; enfim todo um conjunto de práticas e técnicas "underground" com o claro objectivo de minar e condicionar de forma perversa a opinião pública.

Para estes espaços virtuais, Maquiavel é a grande referência inspiradora. Isto porque para se atingir determinados fins justificam-se indiscutivelmente determinados meios.

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Do Provincianismo em Portugal

Chegados ao fim de um ano político recheado de momentos eleitorais, gostaria de trazer aqui ao O.Shakers uma característica que muito se fez notar em todos os actos eleitorais aos quais o dito "povo", a "nação" foi chamada a se pronunciar: o Provincianismo!

Se tivesse que caracterizar numa única palavra certas campanhas eleitorais que foram levadas a cabo nestes últimos meses, certos posicionamentos e pensamentos políticos apresentados à população em geral, essa palavra seria certamente - Provincianismo!

O provincianismo, é hoje de facto uma das principais características do pensamento político de muitos cidadãos que têm ao seu cuidado a responsabilidade de gerir as expectativas dos cidadãos que neles confiaram o seu voto nas urnas.

O provincianismo português, é por ventura neste século a grande heritage social que muitos pretendem ver seguida por parte das gerações futuras, sempre na perspectiva que essa herança, essa visão pseudo-moderna, implicará inexoravelmente o futuro da sociedade, o caminho do próprio "desenvolvimento" e "progresso".

Fernando Pessoa, sobre o Provincianismo teceu algumas considerações interessantes que julgo importante trazer aqui à reflexão. Dizia o próprio:

" Se, por um daqueles artifícios cómodos, pelos quais simplificamos a realidade com o fito de a compreender, quisermos resumir num síndroma o mal superior português, diremos que esse mal consiste no provincianismo. O facto é triste, mas não nos é peculiar. De igual doença enfermam muitos outros países, que se consideram civilizantes com orgulho e erro.

O provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior dela — em segui-la pois mimeticamente, com uma subordinação inconsciente e feliz."

Com esta afirmação, Fernando Pessoa diz muito! E o que de modo conciso e muito objectivamente retrata é a condição da qual se alimenta a atitude provinciana: a Inconsciência! A inconsciência de nos julgarmos modernos, a inconsciência de nos sentirmos e julgarmos superiores, a inconsciência enfim de nos sentirmos civilizados e evoluídos quando de facto não o somos.

Uma das características marcantes do provinciano, afirma Fernando Pessoa, é "o entusiasmo e admiração pelos grandes meios" no fundo aquilo que ele julga aparentar ser moderno pelo simples facto de ser simplesmente Grande.

A título exemplificativo deixo a seguinte foto relativa à campanha eleitoral para as autárquicas recentemente finalizadas, relativa à actual força política presente no executivo municipal e também vencedora das últimas eleições no concelho e cidade onde presentemente resido, Loulé!


Fonte: João Martins, «MacLoulé»

"Se há característica que imediatamente distinga o provinciano, é a admiração pelos grandes meios. Um parisiense não admira Paris; gosta de Paris. Como há-de admirar aquilo que é parte dele? Ninguém se admira a si mesmo, salvo um paranóico com o delírio das grandezas."

Fernando Pessoa, in "O Provincianismo Português"

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