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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A ilusão da Racionalidade e da Moralidade


Muito se tem falado a propósito da dita Crise económico-financeira que aflige hoje a nossa contemporaneidade, no entanto nem todas as explicações são suficientes o q.b. para proporcionar uma visão ampla da real dimensão do problema bem como da sua "verdadeira" génese.
Ora são economistas, políticos, jornalistas, fiscalistas entre outros a apontar as causas da mesma, no entanto , são poucos aqueles que pretendem olhar para esta situação de um prisma diferente daquele que é a visão tecnocrata subjacente ao próprio tema, a qual encara na sua doutrina-mãe, a premissa desenvolvida desde os tempos de Adam Smith que faz com que a economia nos "pinte" como seres racionais. Mas a realidade é muito diferente, dessa máxima.

Um dos comentários mais interessantes que tive a oportunidade de escutar e ler sobre a Crise e a própria Economia, foi o de Dan Ariely - professor do MIT - autor do livro "A ilusão da Racionalidade", o qual contradiz a máxima anteriormente citada, afirmando que nós, seres humanos, somos muito diferentes desse Homo Economicus que a Economia ao longo dos tempos criou, na medida em que "somos mais capazes de ceder a estímulos psicológicos difíceis de compreender, mas fáceis de identificar."

Dan Ariely é um dos novos expoentes de um ramo relativamente novo dos estudos económicos, conhecido como economia comportamental. Os seus estudos fazem fronteira com a psicologia, pois tentam entender como as mais diversas emoções -- raiva, medo, desejo sexual -- são parte fundamental de qualquer decisão económica que possamos tomar no dia-a-dia.

Posto isto, eis-nos chegados ao 2ºponto do título deste post: a Moralidade.
A irracionalidade, é ela mesma originadora de imoralidade. Esta é para mim a verdadeira crise que actualmente o mundo e as nossas sociedades enfrentam: uma Crise Moral e de Valores (e não entendam isto ao abrigo de qualquer doutrina religiosa ou conservadora).
O que está na origem desta crise financeira, não é mais do que uma crise moral e de valores a qual originou consequentemente uma crise de confiança, confiança essa que é vital em qualquer modelo económico.
Os Estados falharam, ao deixar o mercado actuar como bem quis e entendeu, fecharam os olhos e fizeram que nada sabiam, confiaram eles próprios na "boa vontade" do mesmo mercado, porque desse modo daria menos trabalho, seria mais cómodo e acima de tudo era e é o motor, o garante da sua própria sustentabiilidade. Resultado?...o que se vê diariamente!
Os principais afectados?....aqueles que menos fizeram (directamente) para que tal situação se verifica-se: a força de trabalho, e de produção.
Que por ironia , é aquela que apesar de mais afectada tem a capacidade de reequilibrar e sustentar o modelo económico-social que a acabou de afectar.

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