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domingo, 23 de maio de 2010

Às armas! Às armas! Contra os ladrões marchar, marchar...!

E desta vez não entupam as armas com cravos, por favor!

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Anda tudo doido

Aqui fica o editorial do "i" deste fim-de-semana, assinado por Martim Avillez Figueiredo e que no fundo retrata aquilo que infelizmente é hoje a sociedade, a política e as ditas "elites" portuguesas neste momento crucial para o país. É triste, mas por mais que não queiramos ver, a «doidice» já andou mais longe destas paragens!

"Os deuses devem estar loucos"

Um país define-se por aquilo que as suas gentes são capazes de fazer em momentos de crise. Mas as massas e as elites estão a falhar nessa matéria

Quem comprar um jornal grego por estes dias pode decifrar melhor aquele impenetrável alfabeto do que entender o que se passa em Portugal. O país está louco? A resposta, na verdade, é o que menos interessa - basta que uma pergunta como esta seja possível para que se ponham em causa as fundações de um país. Não vale a pena fingir-se perplexo - isso já de nada vale contra a impunidade de uns quantos. O que permite um raciocínio. Um desafio.
Primeiro: A generalidade dos portugueses comporta-se hoje como se nada de muito grave se passasse em Portugal. Aceitam que o seu governo perca mais tempo a discutir a lei do casamento homossexual, ou a oposição à Lei das Finanças Regionais, do que, por exemplo, a investir em evitar (evitar mesmo) a queda no terrível abismo para que se debruçam as contas nacionais.
Segundo: A generalidade dessas pessoas, cuja influência política no dia-a-dia é nula, convenceu-se de que viver em democracia é sinónimo de votar a cada quatro anos. Isso explica que, de cada vez que é chamada às urnas, olhe para o país como um comboio que não sai da linha mesmo que o maquinista seja mau.
Terceiro: Para piorar tudo isto, as forças políticas da oposição, e a generalidade das elites não alinhadas (que conhecem tão bem como os media aquilo que se passa na carruagem da frente), resolveram justificar todas as suas falhas com a manipulação de que - acusam - os media são alvo. Não é preciso ler Maquiavel para saber que o poder se exerce - e se ocupa.
E que aqueles que o detêm só o largam quando confrontados por um poder maior. O antigo presidente da Câmara de Nova Iorque, o agora célebre Giulliani, combateu as pequenas máfias que aterrorizavam Manhattan dando-lhes a sensação de que morderia com mais força do que elas. Por cá, essas forças aceitam que haja vozes livres que sejam, de um dia para o outro, silenciadas.
Quarto: Se não fosse assim,a impunidade de alguns não seria tão evidente e a disponibilidade política de outros sobressairia em momentos assim. José Sócrates não tem condições para governar muito mais tempo porque ele próprio assim o quer - com todas estas embrulhadas na justiça, geridas com os pés por quem detém informação privilegiada, mais vale ter um plano de fuga sempre à mão.
Quinto: Portugal, com todas estas tristes histórias, corre o risco de ser olhado como uma Grécia, quando pouco nas suas contas permite essa comparação. Não é mérito de Sócrates. É mérito de um país que, nos últimos anos, tem crescido abaixo da média da União Europeia mas nunca alavancou a sua economia em bolhas especulativa, bolsas imobiliárias ou perigosos passivos bancários.
Sexto e último: Um país define-se em momentos de crise. E por aquilo que, como povo, é capaz de fazer. A indiferença popular, e a obstinação das elites em olhar para os alvos errados, não promete nada de bom quando está à vista de todos que o comboio descarrila sem um bom maquinista.

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sábado, 23 de janeiro de 2010

A Privacidade Acabou

Por falta de tempo, já lá vão uns bons meses que não posto aqui. O que me traz hoje é a vontade de partilhar com vocês este excelente conjunto de 33 vídeos (é muito longo, eu sei!) que aborda o tema da privacidade, ou melhor, o fim dela nesta sociedade tecnologicamente globalizada. O título desta palestra é "Privacy is Dead - Get Over It", com Steve Rambam. Só é pena não haver tradução para português, no entanto quem se safar bem com o inglês delicie-se e assuste-se!! Big Brother is really watching you!!

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A banalização do Real

Artigo interessante o do Prof. Paulo Tunhas, publicado hoje no "i" que reflecte um pouco sobre a questão da imagem e da imaginação e da vertente mimética, inerente à lógica televisiva nomeadamente na cobertura da catástrofe do Haiti, a qual pode conduzir a uma banalização daquilo que nos é transmitido, alheando-nos dos outros e fazendo com que no fundo tudo seja passível de se tornar um mero objecto!


Aqui fica o link: http://www.ionline.pt/conteudo/42741-imagens-e-imaginacao

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sábado, 9 de janeiro de 2010

Para reflectir...

"As más relações entre a verdade e a política são um desafio para o pensamento político: será mesmo da essência da verdade ser impotente, e da essência do poder ser enganador?"

Hannah Arendt

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

"WE"

Grande música (e vídeo)dos Blasted Mechanism, aqui com a participação especial do Mestre António Chainho na guitarra portuguesa.



"So let’s open up again
Accept the message in the brise
We're all under construction
Living our daily fantasies
Another cycle of Saturn
Another media crashing
Another trick on the stage floor
Another ride on the black hole

And we,
We were made for much more, made for anything we want
We were made for heaven not for ruin and made for love
Above the clouds, above the clouds (?) where has one
We will resist

You don’t be bother by the way I look at you,
You make me do all the things that I do,
What about being back to me and you,
Let’s have a dance and make it all come true,
Nice played, now watch that move,
My body’s telling me that I approve,
My band is playing in a different group,
Your best solution is becoming bullet proof

So let’s fabricate a man
Contract the heavenly disease
We're all needing seduction
We're living in daily ecstasy
Another cycle of Saturn
Another media crashing
Another trick on the stage floor
Another ride on the black hole

Oh!

Open again, let’s move it
Open again, let’s move it
Open again, let’s move it
Open again, let’s move it

Open again, let’s move it
Open again, let’s move it
Open again, let’s move it
Open again, let’s move it


And we,
We were made for much more, made for anything we want
We were made for heaven not for ruin and made for love
Above the clouds, above the clouds (?) where has one
We will resist

And we,
We were made for much more, made for anything we want
We were made for heaven not for ruin and made for love
Above the clouds, above the clouds (?) where has one
We will resist "

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Conclusão

Foto: DR


"O princípio do fim da primeira década do século XXI está iminente e parece que, quanto mais “desenvolvida” se torna a humanidade, mais se assemelha com a barbárie que caracterizou, afinal, toda a sua história, desde os seus primórdios." - Helena Oliveira (in http://www.ver.pt)

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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Uma Obra, Um Artista : Radiohead - "High & Dry"

Um clássico dos Radiohead, que apesar de não ser um dos seus temas favoritos ( a história do tema é engraçada) e apesar de ser também considerada uma das suas versões mais...«pop» ( e a bom rigor o é) , constitui-se como um excelente tema!

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domingo, 6 de dezembro de 2009

Sinais do Tempo: "Circo em São Bento"


Editorial do Jornal "i" assinado por Francisco Camacho, de 5 de Dezembro do corrente:

"Ontem, a democracia fez má figura. Governo e oposição deram um novo vigor à desconfiança que os portugueses sentem pelas instituições.
(e com muita Razão registe-se!)

O primeiro debate quinzenal desta legislatura, que ontem de manhã animou a Assembleia da Republica e fez corar de vergonha os portugueses que assistiram ao espectáculo, serviu para agravar a sensação de vivermos num país encravado entre duas crises: uma crise económica e uma crise de confiança nas instituições. Na agenda de São Bento estavam as políticas económicas mas, apesar da sua pertinência, o tema não ocupou o espaço que era suposto merecer num país normal em dificuldades - ainda que pobre, normal. A discussão sobre os problemas que afectam directamente a vida dos portugueses (desemprego, falência de empresas, impostos) foi engolida pelo despique entre o governo e a oposição por causa do processo Face Oculta e das escutas ao primeiro-ministro, que se exaltou como nos tempos de líder absoluto.

A oposição queria ouvir Sócrates confirmar as suspeitas de "espionagem política" levantadas pelo ministro Vieira da Silva. Não conseguiu. Conseguiu, sim, enervá-lo e conduzi-lo para um discurso entre o tom melodramático e o insulto. Se Sócrates não surpreendeu ao falar em "assassinato de carácter", terá deixado muita gente de queixo caído quando chamou histérico a Paulo Portas e o mandou portar-se "com juizinho". (típica expressão do pré-escolar e do ensino primário)

Sim: ficou a saber-se que o ordenado mínimo vai aumentar 25 euros, que a contribuição social das empresas descerá 1 por cento e que as empresas devedoras ao fisco vão ter o dobro do tempo (de 60 para 120 meses) para regularizar os impostos. Só que o anúncio destas medidas foi ofuscado pelo arraial na casa da democracia. De dedo em riste, o primeiro-ministro exigiu uma oposição mais responsável e a oposição um primeiro-ministro mais transparente. Na verdade, exigiu-lhe o impossível. Desafiou-o a provar que a desconfiança de que é alvo, e que se desdobra em numerosos casos com diferentes graus de importância, corresponde a um somatório de coincidências. PSD, CDS e BE foram todos juntos às canelas de Sócrates com uma ferocidade que dispensou concertação, porque os anticorpos e a desconfiança que o chefe do governo tem gerado não escolhem sensibilidades políticas. No fundo, verificou-se o que o i ontem anunciava: o primeiro-ministro foi apertado por uma oposição que não lhe vai facilitar a vida. A estabilidade política, pelo menos no campo da retórica, não é prioridade de nenhum dos partidos. O clima de agressividade na Assembleia foi a prova de que as emoções falam mais alto do que a razão num momento que exigia frieza. (Enfim, nada do qual já não estejamos habituados)

O que também ficou evidente ontem é que Sócrates continua a pagar pelo seu historial de arrogância. A pose do primeiro- -ministro no Parlamento foi a de um professor autoritário, mas já sem mão nos alunos rebeldes, que acusou de irresponsabilidade, golpes baixos, coscuvilhice e histeria. Pouco importa que tivesse dito que a ideia de Ferreira Leite de divulgar as escutas seja resultado de uma liderança social-democrata desesperada e moribunda. Grave é que, por momentos, o primeiro-ministro tenha personificado a imagem do desespero no duelo com os líderes partidários.

A maior façanha no circo de São Bento (curiosa expressão) consistiu em falar muito de justiça, sem nunca tocar no que interessa (0 que contribui muitíssimo para a pobreza do debate político em Portugal):

as entropias do sistema e a péssima impressão (confirmada ontem por mais uma sondagem) que os portugueses têm dos tribunais e do Ministério Público. Sócrates insistiu no terrível crime de violação do segredo de justiça sempre que o caso das escutas entrou na discussão. Esqueceu- -se de que, neste momento, a ideia de impunidade preocupa muito mais os portugueses. E se Sócrates é um homem inocente, a verdade crua e nua é que a sua presunção de inocência está seriamente comprometida aos olhos dos portugueses. Sócrates não desiste e só a história lhe dará ou não razão. Acontece que histórias assim neste país tardam a ter um fim. E a democracia, como ontem se viu, é que paga." in Jornal "i" de 05/12/2009

Resumindo, pegando a título exemplificativo neste texto de Francisco Camacho, quando se fala em debate político em Portugal e se por mero acaso quisermos compilar um conjunto de palavras e expressões associadas ao mesmo, podemos nessa compilação encontrar:

- Hostilidade;
- Desconfiança;
- Vergonha;
- Exaltação;
- «Espionagem Política»;
- Melodramatismo;
- Insultos;
- «Assassinatos de carácter»;
- Histerismo;
- «portar-se com juizinho»;

- Desrespeito;
- Arraial;
- Circo;
- «Dedo em riste»;
- Ferocidade;
- «Ir às canelas»;
- Anticorpos;
- Arrogância;
- Autoritarismo;
- «alunos rebeldes»;
- Irresponsabilidade;
- Golpes baixos;
- Coscuvelhice;
- Desespero;
- Impunidade;
- Entropia;
- Etc...

Será que deste modo é possível delinear alguma linha de orientação estratégica para o futuro do país com um debate político tão pobre e medíocre do ponto de vista intelectual?


Será a actual classe política a representação do povo que somos? ou será que tem sido o povo português ao longo dos tempos um resultado da classe política e dirigente que desde há muito nos (des)governa (ingenuamente ou não)?

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A frase de reflexão do dia...

" Ninguém tem vontade de discutir o essencial." - Miguel Pacheco, Jornalista
in Jornal "i", edição de 26/11/2009

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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"Portugueses vão ficar mais pobres" - Martim A. Figueiredo

A merecer destaque e especial atenção, o editorial da edição de 24 do corrente do Jornal "i" da autoria de Martim Avillez Figueiredo.

"Há momentos na vida de um país em que é preciso pôr travões a fundo a quem manda. Para isso, é indispensável que os portugueses se insurjam. Portugal está na banca rota e ninguém parece preocupado. Devia estar. A situação é dramática. Quando Vítor Constâncio vestiu ontem o casaco de assessor do Governo, antecipando mais impostos e avisando cortes nos salários, podia estar a dizer a verdade - mas não está a ser sério. Ou melhor, Constâncio é sério. O que não é sério é o responsável macroeconómico do país não se revoltar contra a política macroeconómica de Portugal.

Crescer impostos é uma afronta aos portugueses (mesmo que pareça inevitável) e ainda mais desconsiderante para cada um dos habitantes deste país é ouvir o Governo dizer que não vai subir impostos - quando o Governador sabe muito bem que Sócrates terá de o fazer. Sucede que o mesmo Governador sabe bem que os portugueses já são os europeus a quem é exigido o maior esforço fiscal (faça Zoom nas páginas 14 a 17), e que esse esforço é entendido quase sempre como dinheiro deitado à rua - uma vez que em cima dele têm ainda de comprar seguros de saúde, pagar propinas de escolas privadas e deixar dinheiro nas portagens da auto-estrada. Pagam, mas começam a não perceber para quê. E quando o esforço privado de cada um serve para financiar os erros de gestão políticos e as trapalhadas financeiras do Estado, então o caldo tem tudo para se entornar. O país está a chegar onde nunca chegou - e não culpem só a crise. A fatia pública que mais cresceu em Portugal (desde 1985) foram os impostos: mais do que a economia, mais do que despesa. É quase ultrajante: a preços acumulados e correntes, os impostos nacionais engordaram 964% entre 1985 e 2008. Pode dizer-se: o país está melhor, vive-se hoje um nível de conforto inimaginável no Portugal dos anos oitenta. Sim, mas se o custo é a banca rota que absurdo de país é este? Seria como se cada um de nós mudasse, em 20 anos, de apartamentos para sumptuosos palácios à beira-mar apenas para descobrir que... abriria falência. Que raio de políticos permitiram que isto acontecesse?

A pergunta que se segue à manchete que o i hoje publica é evidente: se Sócrates não encontra solução para o país, quem encontra? Ou será que não existe? E aqui as respostas são curtas, mas a dois tempos. Primeiro, tudo na vida tem consequências. O facto de parecer que não existe uma solução não desculpa quem a procura. É duro, mas é assim nos mais pequenos detalhes da vida de cada um. Segundo, uma das vias que se discutem hoje na Europa é alimentar a retoma económica com uma poderosa reforma fiscal - pôr tudo em causa. Se Portugal tem 5 grandes centros de receita fiscal (IVA, IRC, IRS, especiais sobre o consumo e ambientais), pode mudar tudo. Há a ideia do imposto natural de dois professores de Yale ou a do imposto corporativo imaginada pelo social-democrata britânico Antony Crosland (releia em www.ionline.pt). E muito mais alternativas. Nenhuma fará milagres, mas é criminoso ver o país à beira da banca-rota e fingir que não se passa nada." - in jornal "i", 24/11/2009

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domingo, 22 de novembro de 2009

"Plano Inclinado"

O nome do programa é "Plano Inclinado", passa na SIC-Notícias aos Sábados (apesar de na passada semana ter sido a um Domingo)por volta das 22Horas, tem a apresentação de Mário Crespo e conta com 3 convidados interessantes: Henrique Medina Carreira, João Duque e Nuno Crato, os quais se debruçam a analisar a actual realidade política, económica e social portuguesa numa perspectiva que visa alertar e consciencializar os cidadãos para aquilo que no fundo é a crua realidade do nosso país.

O programa vai já com 3 episódios, e para a próxima semana o tema que irá estar em especial análise é o panorama da Educação em Portugal.

Definitivamente a não perder!

Como refere Medina Carreira, perante os problemas da nossa Economia:

"Está-se a dar aspirina a um sujeito que tem um cancro no cólon!"

De seguida um pequeno excerto do 2º episódio.

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Portugal com bilhete para o Mundial de 2010

De todos os eventuais caminhos que a selecção portuguesa tinha ao seu dispor para conseguir estar presente no próximo Mundial de futebol na África do Sul, "optou" pelo mais longo e tortuoso de todos.


Para já, descompressão é a palavra de ordem do momento para Carlos Queiroz, sendo que, para a História, aquilo que de facto fica de relevante é mais uma presença lusa num dos eventos desportivos de maior projecção mundial.

Aguardemos então por Junho de 2010 para sabermos em concreto que caminho estará destinado à nossa selecção de futebol. No imediato, os objectivos mínimos foram alcançados!

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domingo, 15 de novembro de 2009

Sinais do Tempo: A paranóia ataca em força

Deixo-vos aqui o artigo da autoria de Paul Krugman (Nobel da Economia em 2008) publicado na edição da passada 5ª feira no jornal "i" e que de certa forma mostra como vão as coisas no panorama político americano, mais concretamente nesse partido conservador de nome Republicano.

Afirma Krugman:

" O tom das manifestações contra a reforma Obama do sistema de saúde é sintomático. A direita irracional está a tomar conta do Partido Republicano. E as consequências podem ser tremendas.

A semana passada houve uma manifestação à porta do Capitólio em protesto contra a iminente legislação sobre cuidados de saúde. Os argumentos eram do tipo a que já nos habituámos, incluindo grandes cartazes com corpos empilhados em Dachau e com a legenda "Cuidados de saúde do nacional-socialismo". Foi grotesco - e também premonitório. Porque aquilo a que estamos a assistir é ao começo da californização dos Estados Unidos.

A conclusão mais importante que se deve retirar dessa manifestação é que não foi um acontecimento periférico. Foi patrocinada pela liderança republicana do Senado: com efeito, foi oficialmente rotulada como conferência de imprensa desse partido. Os seus mais eminentes legisladores estiveram presentes e o tom dos protestos não lhes causou o mínimo incómodo.

É certo que Eric Cantor, número dois republicano na Câmara de Representantes, fez algumas críticas suaves depois do acontecimento. Mas apenas "suaves". Os cartazes eram "impróprios", disse o seu porta-voz; as comparações com Hitler feitas por pessoas como Rush Limbaugh, disse Cantor, "evocam imagens que, francamente, não ajudaram nada".

O que isto revela é que o Partido Republicano foi tomado pelas pessoas que costumava explorar.

O estado de espírito patente em recentes manifestações da direita não é uma novidade. Já em 1964, o historiador Richard Hofstadter publicou um ensaio intitulado "The Paranoid Style in American Politics", que parece basear-se nos grandes títulos da actualidade de hoje: os americanos da extrema direita, escrevia ele, sentem que "os EUA lhes foram em grande parte sonegados, a eles e aos seus semelhantes, e estão determinados a tentar recuperá-los e a evitar o derradeiro acto da sua subversão."

Embora o estilo paranóico não seja novo, o seu papel no Partido Republicano é.

Nos tempos em que Hofstadter o escreveu, a direita sentia-se expropriada, por ter sido rejeitada por ambos os grandes partidos. Isso mudou com a chegada de Reagan: os políticos republicanos começaram a ganhar eleições, em parte por cuidarem das paixões da direita enfurecida.

Porém, até há pouco tempo, esse cuidado tem sobretudo assumido contornos de simbolismo oco. Uma vez ganhas as eleições, as questões que incendiavam as bases ficaram quase sempre para trás, suplantadas pelas preocupações económicas das elites. Assim, em 2004, George W. Bush assentou a sua campanha no antiterrorismo e nos "valores".

Mas no ano passado algo inesperado aconteceu. Depois da vitória esmagadora dos democratas, os extremistas deixaram de poder ser engodados com promessas de futura glória. Além disso, a perda simultânea da maioria no Congresso e na Casa Branca deixou um vazio de poder num partido habituado a uma gestão das cúpulas para as bases. Nesta altura do campeonato, Newt Gingrich faz figura de velho estadista reservado e razoável do Partido Republicano.

No partido, o poder real reside de facto em pessoas como Rush Limbaugh, Glenn Beck e Sarah Palin (que, actualmente, é mais uma figura mediática que uma política convencional). Uma vez que estas pessoas não estão interessadas em governar, alimentam o frenesim das bases em vez de tentarem acalmá-las ou canalizar as suas energias. Assim, toda a antiga moderação desapareceu.

A curto prazo, isso pode ajudar os democratas. Ou talvez não: as eleições não são necessariamente ganhas pelo candidato que apresente os argumentos mais racionais; são muitas vezes determinadas pelas circunstâncias e pelas condições económicas.

Efectivamente, é bem possível que o partido de Limbaugh e de Beck consiga ganhos importantes nas eleições intercalares do próximo ano. Os esforços da administração Obama para a criação de emprego falharam e portanto é provável que o desemprego se mantenha desastrosamente alto ao longo do próximo ano e para além dele. O resgate de Wall Street, muito vantajoso para os banqueiros, enfureceu os eleitores e até é possível que cubra os republicanos com o manto do populismo económico. Os conservadores podem não ter ideias melhores, mas os eleitores poderão vir a apoiá-los por pura frustração.

Se os republicanos alcançarem grandes vitórias no próximo ano, o que já aconteceu na Califórnia pode vir a acontecer a nível nacional. Na Califórnia, o Partido Republicano encolheu, tornando-se essencialmente um partido de "restos" sem qualquer interesse em governar - mas esses restos continuam a ser suficientemente substanciais.

Se isso acontecer nos Estados Unidos no seu conjunto, o que não é difícil, o país, em plena catástrofe económica, pode tornar-se de facto ingovernável.

O que está em causa é que a tomada do Partido Republicano pela direita irracional não é assunto para se levar de ânimo leve. Está a acontecer algo sem precedentes - e muito mau para os EUA."


Exclusivo i/The New York Times (13/11/2009)

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sábado, 14 de novembro de 2009

G3- "Little Wing" (Jimi Hendrix)



G3: Joe Satriani; Steve Vai; Yngwie Malmsteen

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Queda do Muro de Berlim - 9 de Novembro de 1989

Foi um momento importante da 2ª metade do Século XX, e simbolizou de certa forma a queda de um regime e de uma visão da sociedade que desde as suas origens sempre esteve condenada à sua respectiva falência.

As divisões criadas dentro da actual Alemanha no passado, mais não foram do que a tentativa desesperada de condicionar o livre pensamento e a própria liberdade individual dos indivíduos em nome e na defesa de um modelo de sociedade utópico; em nome do interesse de alguns; utilizando essa divisão como pura peça de xadrez na geopolítica da época.

A queda do muro, simbolizou também de certa forma a queda das antigas divisões existentes dentro da Europa na época.


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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Claude Lévi-Strauss (1908-2009)




O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, foi um dos grandes intelectuais do século XX, destacado antropólogo e fundador da corrente estruturalista das ciências sociais.

Nascido em Bruxelas em 1908, Lévi-Strauss lançou as bases da antropologia moderna e influenciou gerações de investigadores, deixando também uma marca decisiva na filosofia, sociologia, história e teoria da literatura. (in Visão online)

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

71º aniversário da mais famosa transmissão radiofónica da História


Faz hoje precisamente 71 anos que Orson Welles levou a cabo aquela que provavelmente será a mais famosa transmissão radiofónica de todos os tempos: a encenação e adaptação da obra de H.G. Wells, "A Guerra dos Mundos".

Ao encenar via Rádio,uma violenta invasão terrestre por parte de seres extraterrestres, Orson Wells mais não fez do que mostrar a força e o impacto que este meio na altura (1938) possuía junto das pessoas, sendo também o grande meio de Mass Comunication daquele tempo. Os resultados foram a mais completa histeria colectiva, o pânico exacerbado e a indução junto das populações do medo e terror.

Este é um perfeito exemplo daquela velha máxima proferida por um dos grandes nomes do estudo do fenómeno comunicacional - Marshall McLuhan - o qual muito sintecticamente afirmava: " O Meio é a Mensagem!"

A escolha da data por parte de Wells também não foi casual por certo. Esta era já na altura uma data famosa nos Estados Unidos, isto porque estávamos perante a celebração (de raíz irlandesa) e que há cerca de alguns anos também passou a povoar o nosso "calendário festivo": o "Halloween"!

Durante esta semana, pude constatar nomeadamente a nível local e regional uma certa histeria nomeadamente junto da comunidade escolar e de alguns pais, com reminiscências "orwellianas". Foi o dito caso da pseudo-existência de um "gang" de jovens delinquentes denominados "Boca de Palhaço" que estariam a perpetuar uma série de ataques violentos junto da comunidade escolar local e regional, onde o fundamento dessa "notícia" estaria na circulação da mesma, hoje já não através da Rádio, mas sim através dos meios de comunicação actuais: Telemóveis (SMS) e Internet (E-mail e Redes Sociais).

A reacção sentiu-se de pronto por parte das autoridades regionais, nomeadamente com comunicados para a população a salientar a inexistência factual de tais situações de violência.

71 anos passaram efectivamente, os meios de comunicação estão em permanente reconfiguração,é um facto, mas o comportamento do Ser Humano perante as capacidades dos próprios e o uso que se quer dar a cada um, esse parece que continua inalterável. A histeria colectiva não é muito difícil de criar, muito pelo contrário.

Muitos são certamente os factores do ponto de vista comportamental e da psique humana que podem explicar isso,muito terá a ver com a própria "natureza humana" por certo, mas pessoalmente foco a atenção neste: a falta de capacidade de análise racional e objectiva para questionar aquilo que nos está a ser transmitido.

Não será à toa, que muitas vezes agimos mais como "ovelhas" de um qualquer rebanho do que como seres providos e dotados de uma capacidade intelectual e racional. Enfim, para muitas pessoas, convém mesmo que seja assim!!

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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Documentário - "Fall Of The Republic"

Mais um documentário interessante. Um ângulo de visão deveras diferente daquele que é comum encontrar nos Media sobre a actual realidade política americana e de certa forma também mundial.

Versão integral:

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma Obra, Um Artista - "Your Own Personal Jesus" - Depeche Mode

Agora em jeito de destaque, aproveitando a actualidade do tema...



"Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who cares
Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who's there

Feeling unknown
And you're all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
I'll make you a believer

Take second best
Put me to the test
Things on your chest
You need to confess
I will deliver
You know I'm a forgiver

Reach out and touch faith
Reach out and touch faith

Your own personal jesus...

Feeling unknown
And you're all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
I'll make you a believer

I will deliver
You know Im a forgiver

Reach out and touch faith

Your own personal jesus

Reach out and touch faith"

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