Na passada semana, lia um artigo no jornal "i" do Nobel da Economia de 2008 - Paul Krugman, sobre a questão da premiação daquilo a que o próprio define como "os maus actores".
Esta é uma questão que está intrinsecamente ligada com o actual estado do sistema financeiro mundial, na medida em que segundo Krugman,"A especulação financeira pode e deve servir propósitos úteis. Mas muito do que se faz em Wall Street não traz qualquer benefício social, e pode mesmo ser destrutivo".
Na frase de Krugman, é fácil identificar dois "eixos" que considero bastante reveladores daquilo em que de facto se transformaram os actuais sistemas financeiros mundiais: sem benefícios sociais e (como se acabou por constatar) destrutivos.
Não quero com isto afirmar que, existem sistemas infalíveis. Claro que não. Aquilo que pretendo focar, e que o próprio Krugman também refere, é simplesmente o facto de que para muitas empresas, independentemente de as mesmas serem óptimas naquilo que fazem (no caso em análise, empresas ligadas ao mundo bolsista), independentemente de as mesmas gerarem lucros gigantescos (mesmo que não tenham qualquer ajuda estatal ou financeira para tal), a sua actividade e o modo como actuam é prejudicial para a sociedade em geral.
Afirma então Krugman:
"A especulação financeira pode servir um propósito útil. É positivo, por exemplo, que os mercados de futuros forneçam um incentivo para armazenar combustível antes de o clima arrefecer e para armazenar gasolina antes da época estival dos passeios de carro.
Mas a especulação baseada em informações que não estão disponíveis ao grande público é um assunto completamente diferente. Como o economista da UCLA Jack Hirshleifer demonstrou em 1971, essa especulação combina frequentemente "lucro privado" com "inutilidade social".
Ora, a ânsia pelo lucro a qualquer preço tem conduzido a que cada vez mais, falar de "lucro privado" é sinónimo de falar-se de "inutilidade social", o que é mau. Isto porque, propicia discursos que encaram o lucro privado como algo nefasto, hediondo e não mais do que o resultado de uma prática corrente de exploração do mais fraco.
Sabemos que em muitos casos -infelizmente - essa é uma realidade inerente à conduta empresarial de muitas empresas. Contudo, na minha modesta opinião, o cerne destas visões mais extremadas do mundo da economia e das finanças, reside mais na situação criada pelos ditos "maus actores", os quais canalizaram exclusivamente para si todo os grandes lucros, sem a mais pequena objecção ética e moral face ao meio social em que os próprios estão inseridos criando desse modo, um profundo e nefasto desiquilíbrio social (tomemos como exemplo, aquilo que se passa actualmente com as ditas «classes sociais»). Ainda por cima, com um dado agravante: a premiação dos que nos empobrecem.
Pegando uma vez mais nas palavras de Krugman, para terminar, "nem a administração nem o nosso sistema político em geral estão prontos a enfrentar o facto de que nos tornámos uma sociedade em que os grandes lucros vão para os maus actores, que premeiam principescamente aqueles que nos empobrecem."
Quantos Madoff's, andarão por aí?
terça-feira, 11 de agosto de 2009
A valorização da mediocridade e do individualismo
quarta-feira, 3 de junho de 2009
BPP e o sistema que olha pelas grandes instituições e não pelas pessoas
Onde é que andam agora os snipers para abater este grande assaltante de pessoas, mais conhecido por BPP?
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Nenhum homem (Banco) ficará para trás!
Mais um ferido grave no pelotão da Banca nacional! Agora foi o Finantia (não conhecia este "soldado"). Felizmente que temos José Sócrates, com a sua "Delta Force" (CGD) para salvar o dia!
segunda-feira, 30 de março de 2009
E foi assim, até muito recentemente!
"Desde o começo do novo milénio, atentados, catástrofes, uma mais aterradora que a outra, sacodem o planeta. De Nova Iorque a Bagdade, do Cáucaso a Bali, de Gaza a Madrid, milhares de seres humanos são ceifados, queimados, dezenas de milhares feridos.
Nos países do hemisfério sul, as epidemias e a fome fazem cada vez mais vítimas. A exclusão e o desemprego grassam no Ocidente.
Mas os novos feudos capitalistas não cessam de prosperar. O ROE (rendimento dos fundos próprios) das 500 maiores companhias transcontinentais do mundo foi de 15 por cento por ano desde 2001 nos Estados Unidos, de 12 por cento em França.
Os meios financeiros desses empórios excedem, e de longe, as suas necessidades em investimento: é, assim, que a taxa de autofinanciamento se eleva a 130 por cento no Japão, 115 por cento nos Estados Unidos e 110 por cento na Alemanha. O que fazem, nestas condições, os novos senhores feudais? Recompram maciçamente na Bolsa as suas próprias acções. Pagam aos accionistas dividendos faraónicos, e aos administradores, gratificações astronómicas. (Em 20 de Julho de 2004, a Microsoft anunciava que os seus accionistas iam embolsar 75 mil milhões de dólares a título de dividendos durante o período 2004-2008.)
Mas nada os sacia! Os lucros supérfluos continuam a crescer."
Jean Ziegler, in
O império da vergonha
Porto, Edições Asa, 2005
Pelo menos até muito recentemente foi assim. Agora, aguardemos para observarmos e constatarmos se de facto este modelo económico pereceu, revigorou-se, metamorfoseou-se ou simplesmente se auto-destruiu!
Pessoalmente não sou muito optimista (infelizmente) quanto à tese de que o mundo económico face à crise deixou de ser na sua essência aquilo que era, mas como anteriormente referi, aguardemos. E para todos aqueles que pretendem novos desígnios no que concerne a uma economia dita mais sustentável e um mundo de pendor mais humanista, é favor meus amigos ,manifestarem esse vosso desejo, e lutar por isso mesmo!
segunda-feira, 2 de março de 2009
Crise??Qual Crise?
O BES gastou, no ano passado, cerca de 14,38 milhões de euros em remunerações pagas ao seu conselho de administração, mais 17% que em 2007. in Diário Económico
As acções da Cimpor fecharam hoje nos 3 euros, pelo que a diferença entre o preço pago pela Caixa por 10% da Cimpor e o seu valor em Bolsa já mais que duplicou, de 25% para 58,2%. Se a Caixa alienasse hoje a sua posição, perderia mais de 110 milhões. in Jornal de Negócios
A Portucel registou uma queda de 14% nos lucros de 2008, mas a empresa propôs um aumento ligeiro nos dividendos a entregar aos accionistas. A empresa de pasta e papel vai distribuir 80,58 milhões de euros, o que representa 61% dos resultados líquidos obtidos. in Jornal de Negócios
A Jerónimo Martins deverá apresentar, a 6 de Março, a próxima sexta-feira, lucros de 150 milhões de euros, de acordo com as estimativas do Espírito Santo Research (ESR). Um aumento de 15%.in Jornal de Negócios
A Espírito Santo Research (ESR) prevê que a Energias de Portugal (EDP) tenha registado lucros de 1,057 mil milhões de euros no ano passado., reflectindo o "impacto positivo da oferta pública inicial da EDP Renováveis".in Jornal de Negócios
Clubes aumentam salários, apesar da quebra de receitas.in Jornal de Negócios
O lucro da Galp Energia deve ter subido 9% no ano passado, face a 2007, para 456,8 milhões de euros, de acordo com a média das estimativas dos analistas contactados pela agência Lusa.in Jornal de Negócios
A Volkswagen anunciou hoje que os lucros de 2008 aumentaram 15% no ano passado, tendo a empresa alemã perspectivado um aumento da sua quota de mercado, com o lançamento de novos modelos a compensar a queda na procura mundial.in Jornal de Negócios
Grupo Pestana anuncia novo hotel.in Diário Económico
Para não estarmos sempre a falar do pessimismo da dita Crise, aqui fica algo mais.....positivo (para uma minoria, é claro)! A Crise afinal não é mesmo para todos!
domingo, 1 de março de 2009
A Lista da Ganância
A crise económica e financeira que tanto se tem falado e sentido para muitos é algo que passa completamente ao lado dos gananciosos multimilionários do nosso "pequeno ponto azul" (planeta Terra). É claro que para esta corja de "mamões" viver com fortunas astronómicas, mantendo um majestoso estilo de vida, muitas centenas de milhões de indigentes passam fome, dormem na rua, não têm a mínima oportunidade de obter trabalho digno, não têm acesso aos cuidados primários de saúde, não têm acesso à Educação, entre tantas outras gritantes dificuldades. Isto sem falar dos milhares de pessoas que são atiradas todos os dias para o desemprego, baixando assim o seu nível de vida.
Aqui fica a desumana listagem dos 20 mais ricos da Forbes (actualizado):
1. Warren Buffett
2. Carlos Slim Helu
3. William Gates III
4. Lakshmi Mittal
5. Mukesh Ambani
6. Anil Ambani
7. Ingvar Kamprad
8. KP Singh
9. Oleg Deripaska
10. Karl Albrecht
11. Li Ka-shing
12. Sheldon Adelson
13. Bernard Arnault
14. Lawrence Ellison
15. Roman Abramovich
16. Theo Albrecht
17. Liliane Bettencourt
18. Alexei Mordashov
19. Prince Alwaleed
20. Mikhail Fridman
Os milionários aqui da nossa praça (coitaditos!!) têm um rank mais modesto, vejamos: Américo Amorim 132º; Belmiro de Azevedo 605º; Jose Berardo 677º; Horácio da Silva Roque 843º.
Muita desta gente é capaz de fazer tudo por tudo só para subir mais uns lugares na lista dos mais ricos da Forbes, nem que isso implique lançar mais gente para o desemprego. É triste, mas é verdade! Geralmente o que acontece a alguns destes tipos, depois de alguma introspecção e arrependimento tornam-se filantropos e criam organizações para ajudar as pessoas mais carenciadas.
Os espanhóis quando chegaram à América e contactaram pela primeira vez com os povos índigenas, verificaram que, principalmente, os Astecas tinham muito ouro, produziam muitas peças de artesanato em ouro, mas para eles esse metal era como outro qualquer. Os espanhóis, gananciosos e chicos-espertos, disseram aos Astecas que tinham uma doença que só poderia ser curada com aquele precioso metal. Até aí tudo bem, mas quando os espanhóis começaram a dizimar os índigenas, houve muitos dos nuestros hermanos que foram apanhados, abriram-lhes a boca e deitaram nela ouro derretido.
Quando vejo cada vez mais pessoas a sofrer com a "epidemia" do desemprego e com as subsequentes dificuldades que daí advêm, penso que um pouco de ouro derretido por muito poucas goelas abaixo seria algo de benéfico para muitos milhões de pessoas.
Fonte: Lista dos 20 mais ricos da Revista Forbes
domingo, 22 de fevereiro de 2009
"Tudo Será Diferente"
Luís Marques colunista do "Expresso", referia num artigo seu deste fim-de-semana, que "dado o contínuo agravamento da crise que atravessamos, sem que tal seja possível prever até onde ela poderá ir, de uma coisa podemos dar como seguro - nada vai ficar como antes".
Pessoalmente, considero que vivemos um momento de relevância histórica o qual em sim mesmo, irá conduzir a uma mudança a todos os níveis relevante, com especial ênfase do ponto de vista económico, social e político. E que será de uma exigência bastante dura, apelando a uma participação fortíssima de toda a sociedade civil.
Na mesma linha, na passada sexta-feira, tive a oportunidade de assistir a uma conferência dada em Loulé, onde o convidado - o Prof. Fernando Rosas, um dos grandes historiadores portugueses da actualidade (para esta análise,vamos deixar aqui a associação política do mesmo), reflectia tendo como ponto de partida a própria História, nas causas da "Segunda Crise Histórica dos Sistemas Liberais do Ocidente" concluindo que, independentemente daquilo que possa suceder, de uma coisa poderemos ter a certeza, a actual crise não será curta, já que a própria História assim o tem demonstrado.
Destas várias perspectivas - que considero bastante realistas, independente do epíteto de «demasiado pessimistas» - emergem várias consequências, tais como: sectores de actividade que vão literalmente desaparecer; reajustamento dos paradigmas da Economia; perda substancial a nível mundial de riqueza; níveis de vida que irão baixar; convulsões sociais que desconhecemos a sua gravidade; luta pela sobrevivência que nalguns casos não andará muito longe da anarquia; terrenos férteis para o aparecimento de movimentos nacionalistas e a ascensão de personagens dúbias e milagrosas.
Como tal, vivemos um tempo o qual, enquadrado num quadro de valorização humanista, a racionalidade, a objectividade e acima de tudo a inteligência colectiva será uma mais valia para enfrentarmos com algum optimismo o desafio que este momento nos coloca. E que nos irá remeter para uma mobilização colectiva com um saudável confronto de posições, onde o maior perigo será sempre a indiferença, a apatia social e a subvalorização de tudo aquilo que estamos a verificar no nosso dia-a-dia.
Tal como refere Luís Marques, "qualquer visão de futuro que se queira fazer, terá de partir deste dado: tudo será diferente!"
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Isto por aqui está mesmo mal quando...! (Parte 4)
Já sabemos que as notícias de destaque nos telejornais vão ser o encerramento de fábricas. As únicas dúvidas são: quais as fábricas e qual o número de trabalhadores que vão engrossar o número de desempregados em Portugal.
A ilusão da Racionalidade e da Moralidade
Muito se tem falado a propósito da dita Crise económico-financeira que aflige hoje a nossa contemporaneidade, no entanto nem todas as explicações são suficientes o q.b. para proporcionar uma visão ampla da real dimensão do problema bem como da sua "verdadeira" génese.
Ora são economistas, políticos, jornalistas, fiscalistas entre outros a apontar as causas da mesma, no entanto , são poucos aqueles que pretendem olhar para esta situação de um prisma diferente daquele que é a visão tecnocrata subjacente ao próprio tema, a qual encara na sua doutrina-mãe, a premissa desenvolvida desde os tempos de Adam Smith que faz com que a economia nos "pinte" como seres racionais. Mas a realidade é muito diferente, dessa máxima.
Um dos comentários mais interessantes que tive a oportunidade de escutar e ler sobre a Crise e a própria Economia, foi o de Dan Ariely - professor do MIT - autor do livro "A ilusão da Racionalidade", o qual contradiz a máxima anteriormente citada, afirmando que nós, seres humanos, somos muito diferentes desse Homo Economicus que a Economia ao longo dos tempos criou, na medida em que "somos mais capazes de ceder a estímulos psicológicos difíceis de compreender, mas fáceis de identificar."
Dan Ariely é um dos novos expoentes de um ramo relativamente novo dos estudos económicos, conhecido como economia comportamental. Os seus estudos fazem fronteira com a psicologia, pois tentam entender como as mais diversas emoções -- raiva, medo, desejo sexual -- são parte fundamental de qualquer decisão económica que possamos tomar no dia-a-dia.
Posto isto, eis-nos chegados ao 2ºponto do título deste post: a Moralidade.
A irracionalidade, é ela mesma originadora de imoralidade. Esta é para mim a verdadeira crise que actualmente o mundo e as nossas sociedades enfrentam: uma Crise Moral e de Valores (e não entendam isto ao abrigo de qualquer doutrina religiosa ou conservadora).
O que está na origem desta crise financeira, não é mais do que uma crise moral e de valores a qual originou consequentemente uma crise de confiança, confiança essa que é vital em qualquer modelo económico.
Os Estados falharam, ao deixar o mercado actuar como bem quis e entendeu, fecharam os olhos e fizeram que nada sabiam, confiaram eles próprios na "boa vontade" do mesmo mercado, porque desse modo daria menos trabalho, seria mais cómodo e acima de tudo era e é o motor, o garante da sua própria sustentabiilidade. Resultado?...o que se vê diariamente!
Os principais afectados?....aqueles que menos fizeram (directamente) para que tal situação se verifica-se: a força de trabalho, e de produção.
Que por ironia , é aquela que apesar de mais afectada tem a capacidade de reequilibrar e sustentar o modelo económico-social que a acabou de afectar.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
The Man Who Sold The World também vendeu esta crise
Não falaríamos, amiúde, da crise caso ela não se fizesse sentir tão pungentemente na nossa pele todos os dias.
Afinal quem despoletou a actual crise financeira mundial não foi o Bush, não foi a Al-Qaeda, não foi a Máfia nem o Tóino da Tasca, foi sim ... Senhoras e Senhores... David Bowie! Isto aconteceu porque o cantor decidiu oferecer aos fãs a oportunidade de comprar parte dos direitos de sua música, em meados dos anos noventa.
Os "Bowie Bonds" (Direitos de Bowie) davam ao comprador a possibilidade de compartilhar os royalities do catálogo do cantor. Em troca, o "Camaleão" (alcunha pela qual esse sacana é conhecido) colectou futuros investimentos.
Evan Davies, que apresenta um programa na BBC chamado “Dragons Den”, disse que a iniciativa de Bowie, conhecida nos mercados financeiros por securitização, foi adoptada posteriormente por bancos onde o consumidor adquiria os direitos sobre partes das aplicações de risco.
Isto explicado por miúdos, é qualquer coisa como o "Manel" ter 3 cheques pré-datados ao portador na mão. Como ele está com algumas dificuldades financeiras (ou se for um milionário do sector da banca não precisa de estar com dificuldades) tem necessidade de levantar esses cheques imediatamente. Por isso recorre a 3 amigos com menos dificuldades do que ele, que num gesto de boa vontade lhe pagam o valor dos cheques em troca dos mesmos. O pior que pode acontecer é o caso do(s) emitente(s) dos cheques não ter(em) dinheiro no banco quando os portadores forem levantar os cheques...
Davies escreveu no jornal Mirror: "Os bancos aprovaram essa ideia. Eles pensaram, 'temos biliões fora daqui em aplicações que resgataremos somente a longo prazo. Por que não vender e ficar com esse dinheiro agora?' Daí os bancos começaram a fazer o que Bowie já tinha feito - de uma forma muito mais ampla".
A ganância destes energúmenos glutões é ilimitada...
Afinal, David Bowie quando lançou o album "The Man Who Sold The World" (O Homem Que Vendeu o Mundo), nos anos 70, já a tinha fisgada.
Toca a fazer downloads dos álbuns do David Bowie, pessoal! em vez de estarmos à espera de receber como presente de natal, poderemos ouvir gratuitamente agora.
Fonte: Gigwise
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Combustível - O Roubo Continua (numa gasolineira perto de si)
Pois é!! O trio atacou novamente aumentando o preço dos combustíveis. Esta foi mais uma GALPada Bem Planeada CE PenSArmos bem.
domingo, 11 de janeiro de 2009
Os mercados financeiros são o fim da macacada
Não resisto a postar aqui no Opinion Shakers esta metáfora sobre os mercados financeiros, a qual recebi por e-mail e cuja autoria desconheço.
"Uma vez, num lugarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por 10 € cada.
Os aldeões, sabendo que havia muitos macacos na região, foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos.
O homem comprou centenas de macacos a 10 € e então os aldeões diminuíram seu esforço na caça.
Aí, o homem anunciou que agora pagaria 20 € por cada macaco e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça.
Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca. A oferta aumentou para 25 € cada e a quantidade demacacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça. O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por 50 €! Entretanto, como iria à cidade Grande, deixaria o seu assistente cuidando da compra dos macacos.
Na ausência do homem, o assistente disse aos aldeões:
- Olhem todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender-vos por 35 € e, quando o homem voltar da cidade, vocês podem vender-lhe por 50 € cada.
Os aldeões, "espertos", pegaram nas suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
Eles nunca mais viram o homem e o seu assistente, somente macacos por todos os lados.
Agora ficaste a saber como funcionam os mercados financeiros?"
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Sobrevivência em Portugal
Para quem não conhece Bear Grylls deixo aqui um video com algumas das imagens mais marcantes do seu programa "Ultimate Survival" (Sobrevivência) que passa actualmente no Discovery Channel. Este é, aliás, um dos meus programas favoritos. No seu programa/ documentário Bear, juntamente com a sua equipa de filmagens, percorrem as zonas mais inóspitas do planeta e demonstra como sobreviver nesses climas e locais extremos. Com a crise que estamos a passar em Portugal, talvez até nem fosse má ideia o Bear passar por cá e fazer um programinha para mostrar à malta como sobreviver por aqui. Posso até aventar uma táctica: alistem-se num dos partidos no poder. Pode saber tão mal como comer lagartos no deserto, mas concerteza ajudar-nos-á a matar a fome.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
O melhor e o pior de 2008
A selecção que passo enunciar abaixo reflecte somente a minha opinião e não a do conjunto dos Opinion Shakers.
O ano que agora finda foi tão abundante em acontecimentos maus que tive muita dificuldade em escolher só um. Não me recordo de um ano tão mau nem mesmo pessoas mais velhas do que eu.
Internacionalmente:
PositivoA eleição de Barack Obama como Presidente dos Estados Unidos foi algo de positivo no sentido de mostrar ao poder instituido que é preciso uma mudança. Espero que a positividade da eleição de Obama não se fique só por aí e que ele aja de acordo com as expectativas que toda a gente está depositando nele. Acho que os media já estão a abusar e a tratar Obama como se uma figura do showbizz se tratasse.
NegativoA crise financeira internacional, que teve origem na grande especulação financeira. O grande capital continua a poder movimentar-se sem praticamente qualquer tipo de regra, fruto do neo-liberalismo adoptado pela maioria dos governos. Este cenário internacional é uma espécie de rede de pesca em que só o peixe miúdo é que é capturado, o peixe graúdo safa-se quase sempre.
Em Portugal:
PositivoNão, não é o Magalhães. É sim, a nova lei anti-tabaco que passou a entrar em vigor a partir do início deste ano que agora termina.
NegativoComo já referi a crise financeira internacional, lá acima, não a irei referir aqui novamente. O que se passou de negativo no annus horribilis que agora termina e em todos os anos anteriores é a eterna e total incapacidade da classe política para tomar medidas eficientes de combate à crise. Se a classe política está cada vez mais mal vista, a culpa é dela própria. Têm sido inúmeros os casos de corrupção política. Política, grande poder financeiro e futebol são uma mistura explosiva cujos estilhaços atinjem a grande maioria dos portugueses, mesmo aqueles que sentindo a crise vão de férias para as Caraíbas neste final de ano.
E quanto aos caros leitores? O que foi para vocês o melhor e o pior de 2008?
Gostaria de desejar aos nossos leitores os votos de um excelente ano de 2009. Mesmo que a entrada em 2009 signifique, logo à partida, mais aumentos.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Isto por aqui está mesmo mal quando...! (Parte 1)
Nos classificados dos principais jornais diários, onde antes haviam 8 a 10 páginas repletas de ofertas de emprego, agora há somente 1 ou 2. Onde antes haviam 1 a 2 páginas com contactos de acompanhantes (vulgo prostitutas) agora há 8 a 10.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Terra da Confusão
Esta música e vídeo nunca estiveram tão actuais:
Só nos está faltando mesmo é um herói.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Os Sete Millenniumagníficos
"O Banco de Portugal notificou na sexta-feira sete antigos administradores do Millennium BCP, no âmbito da investigação a alegadas irregularidades cometidas com recurso a sociedades "off-shore".
A entidade presidida por Vítor Constâncio notificou na sexta-feira ao final da tarde, como arguidos, os antigos presidentes do Millennium BCP, Jorge Jardim Gonçalves, Paulo Teixeira Pinto e Filipe Pinhal, bem como os antigos administradores António Castro Henriques, Christopher de Beck, Alípio Dias e António Rodrigues."
Quer-me parecer que o Vítor Constâncio finalmente aumentou a graduação das lentes dos óculos. Finalmente conseguiu ver que há corrupção na Banca.
"(...) Em causa está a alegada utilização de sociedades "off-shore" controladas e financiadas pelo BCP para comprar acções do próprio banco. Desta forma, seria prestada informação falsa ao mercado, uma vez que os títulos em questão não eram assumidos como acções próprias."
Como solidários que somos aqui no Opinion Shakers, gostaríamos de prestar a nossa solidariedade aos ex-administradores daquela instituição extorsionária... perdão, queria dizer bancária. Fazemos das nossas palavras a letra da música da nova campanha publicitária, aquela com a boazona da Bárbara Guimarães.
"O Sol vai trazer a esperança, um novo dia, ventos de mudança nos trará. Não te esqueças que a vida é mesmo assim. (...) toda a tormenta tem um fim. A nossa jornada desistir é nada (...)"
Gostaríamos de deixar uma palavra de apoio aos íntegros e honestos ex-administradores, atrás referidos, para que tenham esperança, pois estão em Portugal. Os ricos e poderosos, por aqui, têm quase sempre "imunidade".
E eu que pensava que a letra daquela música tinha algo a ver com o contexto de incertezas e inquietações devido à crise financeira e económica. Pensava que a nova campanha pretendia transmitir uma mensagem de apoio à vida dos portugueses para o presente e para os desafios que se adivinham no futuro. Seria, mais ou menos, como um tipo que assalta outro e lhe leva o dinheiro quase todo e depois lhe diz algo do género "Há que manter esperança no futuro!! Força rapaz!!". Mas afinal a campanha publicitária não passa de uma mensagem subliminar de apoio aos seus ex-administradores.
P.s.: Após várias e infrutíferas tentativas de negociação com aquela instituição bancária para nos pagarem um fee pela inclusão do novo vídeo publicitário neste post, decidimos não o colocar.
Fonte: TSF
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Thomas Jefferson, esse grande visionário
Foi o terceiro Presidente dos Estados Unidos da América.
Para além de Estadista foi um Filósofo político, um Revolucionário, proprietário agrícola, arquitecto, arqueólogo, autor e um espírito elucidativo do iluminismo.
E quanto a mim... um grande Visionário!!!
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Crise Financeira
A crise financeira explicada por um poeta:
São os furacões e os ventos
Que nascem nos Estados Unidos
Passam por todos os continentes
E até nós somos atingidos
É a ganância e a impunidade
É o querer sempre mais dinheiro
É esta a triste realidade
Que abrange hoje o mundo inteiro
É o culminar de dois mandatos
De um Presidente atordoado
Que só tem feito é disparates
Que atinge toda a Humanidade
Julga-se o líder mundial
Nesta corrida sem tréguas
Mas é dentro do seu curral
Que as ovelhas são mais negras
Que provocaram este furacão
Com todas a suas forças
Nas praças da especulação
Estão mais vazias as bolsas
É o crédito mal parado
É o corrector a ganhar comissões
O banqueiro bem acomodado
E o gestor a sacar milhões
Os políticos estão aflitos
São os governos a injectar dinheiro
Que pagaram os contribuintes
Novamente para o banqueiro
São os banqueiros e os gestores
Quando vêm o barco a afundar
Tiram o resto dos valores
Que ainda há para tirar
E o dinheiro para onde vai
Que não se vê nem os sinais
Para os mares calmos do Dubai
Ou para outros paraísos fiscais
José Filipe
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Portugal - O pior da crise ainda vem aí
A crise, sente-se já, é grave. A crise, pressente-se, vai piorar. Para o economista Silva Lopes, a pior virá depois, quando Portugal tiver de pagar os custos do esforço dispendido para tentar amenizar os efeitos da actual crise financeira mundial.
No debate sobre o Orçamento do Estado para 2009 organizado pelo Fórum para a Competitividade, Silva Lopes disse que o país enfrenta dois problemas fundamentais: o da falta de produtividade/competitividade e o do elevado endividamento externo.
"Vamos ser obrigados a equilibrar as contas externas", avisou o economista, e, nessa altura, "vamos ter uma crise grave, muito mais grave do que aquela que temos agora". O défice externo português encontra-se próximo dos 10 % do Produto Interno Bruto (PIB) e em 2009 pode chegar aos 12 %.
“Um país não pode continuadamente investir mais do que poupa, pelo que nalgum momento do tempo Portugal terá que inverter essa tendência”, avisou. Para que o défice da balança de transacções correntes possa ir para perto de zero, ou as exportações aumentam ou a despesa interna baixa, notou Silva Lopes.
Entretanto o Sócrates há-de ir tapando todas as fissuras com fita-cola para que o dique da crise não rebente antes das eleições legislativas. Já dizia o outro: "pior é sempre possível".