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sexta-feira, 6 de março de 2009

O Segredo, Lei da Atracção e tretas quejandas

Se o poder da lei da atracção funciona é porque grande parte da população mundial estava desejando ficar sem emprego, desejava um mundo mais injusto, desejava mais miséria, desejava mais fome, desejava mais guerra, desejava mais doenças, desejava mais crimes, etc. A única coisa que funcionou no livro e filme “O Segredo” foi o enriquecimento da sua autora (Rhonda Byrne) e restante quadrilha.

A ideia de termos o Universo como nosso criado particular, bastando olhar para o catálogo dos nossos desejos, visualizá-los e desejá-los com veemência para que o Universo, a partir daí encarregar-se de satisfazer as nossas vontades soa a algo metamorfoseado da lâmpada de Aladino, numa versão hodierna, mas na qual não há limite de desejos. Que espectáculo!!

Se há algo que me dá a volta ao estômago é quando me falam que a lei da atracção anunciada no livro "O Segredo" está comprovada cientificamente. De facto a Lei da Atracção está comprovada cientificamente, mas não tem nada a ver com aquela que é propalada no livro e filme. Rhonda Byrne assevera que o igual atrai o igual, asneirada que entra logo em conflito com a máxima científica de que os opostos se atraem ou o igual repulsa o igual. Os nossos pensamentos são como magnetos é o que a espertalhona da australiana diz. Nada mais estúpido, visto que todos deveríamos saber que se colocarmos dois pólos magnéticos diferentes e os aproximarmos (norte de um, com o sul de outro), haverá uma atracção entre os dois imãs. Se, pelo contrário, colocarmos dois pólos magnéticos iguais e os aproximarmos (por exemplo, norte de um próximo ao norte do outro), haverá uma repulsão entre os dois.

Ronda Byrne dá também o exemplo do diapasão. Se tivermos 3 diapasões de igual calibragem, basta batermos com um numa superfície que os outros dois vibrarão também. Talvez seja dos poucos exemplos mais bem conseguidos. Porém, isto poderá ser verdadeiro para os diapasões, mas não será, de todo, verdadeiro para as pessoas nem para os seus desejos.

Vamos agora para a parte mais teórica, chata e menos estimulante. A Lei da Atracção existe e foi descoberta por Isaac Newton. O que a Lei da Atracção ou da Gravitação Universal teoriza é que dois objectos quaisquer se atraem gravitacionalmente por meio de uma força que depende das massas desses objectos e da distância que há entre eles. A Gravitação universal é a força de atracção que age entre todos os objectos por causa da sua massa, isto é, a quantidade de matéria de que são constituídos. A gravitação mantém o universo unido. Por exemplo, ela mantém juntos os gases quentes no sol e faz os planetas permanecerem nas suas órbitas. A gravidade da Lua causa as marés oceânicas na terra. Por causa da gravitação, os objectos sobre a terra são atraídos em sua direcção. A atracção física que um planeta exerce sobre os objectos próximos é denominada força da gravidade. Esta lei também permite que a ignorância das pessoas (que confundem a lei da atracção) se mantenha unida no planeta Terra. Estou brincando, claro!

A ideia de que os pensamentos de uma pessoa "atraem" o que acontece com ela tem, também, mais dois grandes problemas:

1. Um é o chamado "paradoxo da prece", estipulado há séculos por Voltaire: se eu rezo pedindo chuva e meu vizinho reza pedindo sol, como poderemos ser os dois atendidos? Em termos de ambições humanas, o facto é que só existe um campeão do Campeonato do Mundo de Futebol, um recordista mundial dos 100 metros, um presidente da Coca-Cola e uma pessoa no seu emprego - você. Se todo o mundo que quer essas coisas usar 'O Segredo', o que acontece?

2. Transforma as vítimas em culpados. Um exemplo extremo usado pelos adeptos da "lei da atracção" é o Holocausto: seis milhões de judeus "atraíram" o nazismo e as câmaras de gás com seus pensamentos negativos...

Todos nós sabemos que toda a grande mentira tem sempre uma fracção de verdade para se propagar com eficácia. Se estivermos a passar por uma depressão as probabilidades de conseguirmos conquistar coisas boas para a nossa vida serão mais ínfimas do que se, pelo contrário, estivermos motivados e optimistas. Estes dois estados positivos de "espírito" funcionam quase como combustível, os quais nos permitem agir e lutar pelos nossos objectivos.

Agora vou fazer uma experiência, vou desejar com muita força para que eu seja o totalista do Euromilhões. Se ganhar retiro tudo o que disse. Lá estou eu na brincadeira mais uma vez!

Fontes:
Wikipedia - Imans
Wikipedia - Lei da Gravitação
Salon
Blog - Ideias Cretinas
Youtube

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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Que grande cabra!!

"(...) Na Nigéria, uma cabra foi presa acusada de assalto à mão armada. (...)

Tudo aconteceu quando um Mazda 323 foi roubado no Estado de Kwara, na Nigéria. Testemunhas juram que o assaltante se transformou em uma cabra, usando magia negra, para fugir da polícia.

Segundo o porta-voz da polícia local, Tunde Mohammed, um suspeito fugiu e o outro foi cercado por moradores quando, encurralado por uma parede, se transformou em uma cabra. O animal, então, foi levado para a delegacia.

O departamento de polícia informou que, por via das dúvidas, irá manter a cabra presa até que se confirme a tal "teoria da transformação em cabra". De qualquer maneira, a polícia também avisou que outros carros foram roubados na mesma região durante a semana e os suspeitos já foram capturados - todos humanos e nenhuma cabra."

Se olharmos bem para a foto vemos logo que a cabra tem um olhar suspeito. Se com um pé-de-cabra conseguem roubar um automóvel, imaginem com uma cabra inteira...!

Ao menos em Portugal as coisas são um pouco mais evoluídas já que os ladrões transformam-se, não em cabras, mas em ministros. Tenho dito!

Fonte: UOL Notícias
Foto: Cortesia Vanguard

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A Verdadeira História do Natal

Roma, século 2, dia 25 de Dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança.

Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de "nascimento" do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.

A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de Dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até ao auge do Verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "renascimento" do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para prestar culto a Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajectória do Sol ao longo do ano.

A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Prestar culto a Mitra, o deus da luz, no dia 25 de Dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de Inverno - pelo calendário actual, diferente daquele dos romanos, o fenómeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, esse culto é o que daria origem ao nosso Natal. Ele chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.

Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. "O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes", dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome ("Religiões de Roma", sem tradução para o português). Os mais animados entregavam-se a orgias - mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não passava cartão a essas coisas crescia em Roma: o Cristianismo.

Desejo a todos os leitores um feliz Solstício de Inverno, repleto de muita paz, saúde, amor e sucesso.

Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_192443.shtml

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domingo, 21 de dezembro de 2008

Por que somos supersticiosos?

O acaso governa as nossas vidas, mas gostamos de encontrar associações que possam explicar o que está a acontecer. A superstição decorre dessa necessidade: amuletos, rituais e tabus permitem-nos acreditar que controlamos o mundo. Na maior parte dos casos, nasce daquilo a que os psicólogos chamam "correlação ilusória". Acreditamos que dois acontecimentos estão interligados porque já os vimos coincidir uma vez e isso chamou a nossa atenção. Porém, muitas vezes não existe relação causa-efeito. Como o cérebro está preparado para recordar as coincidências, que nos podem ajudar a sobreviver, lembramo-nos de ter passado por debaixo de uma escada e, depois, ter ocorrido algo de negativo, mas esquecemos as situações em que nada aconteceu. A maioria das superstições em que se acredita não têm nada a ver com as experiências pelas quais passamos.

Fonte: Revista "Super Interessante" (Edição Especial PRIMAVERA 2009)

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domingo, 9 de novembro de 2008

Não abra muito a mente, pois pode deixar cair o cérebro

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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A Caixa de Skinner e as superstições na vida animal

Uma esmagadora maioria de nós, seres humanos, tem superstições. Só para enumerar algumas: evitar passar debaixo duma escada; não entornar sal em cima da mesa; não partir espelhos; entrar sempre com o pé direito na sala onde se irá fazer um exame; ter pavor das sextas-feiras 13; evitar o número 13; entre milhares de tantas outras.

Porém, não somos os únicos seres vivos a procurar padrões estatísticos não aleatórios na natureza ou mesmo a cometer erros a que poderemos chamar de superstições. As superstições existem também no reino animal, tal como foi provado pelas experiências do famoso psicólogo B.F. Skinner. Na década de 30 do século passado Skinner desenhou uma caixa, que mais tarde haveria de ficar conhecida com o seu nome, que nada mais é que um aparelho simples, mas versátil, para estudar a psicologia de, geralmente, um rato ou um pombo. É uma caixa com um ou vários interruptores inseridos numa das paredes que o pombo, por exemplo, pode accionar com o bico. Possui também um mecanismo de alimentação (ou outro tipo de recompensa) que funciona electricamente. Estes dois sistemas estão ligados de tal forma que a bicada do pombo faz funcionar o mecanismo de alimentação. No caso mais simples, cada vez que o pombo debica a tecla obtém comida. Os pombos aprendem rapidamente a lição. Os ratos também e, em caixas de Skinner adequadamente aumentadas e reforçadas, também os porcos.

O mecanismo pode estar regulado de forma que, em vez de todas as bicadas serem recompensadas, apenas uma em cada 10 bicadas o é. Mas numa dada ocasião, o número exacto de bicadas requerido é determinado aleatoriamente.

Pode também haver um relógio que determine quando uma bicada dá origem a uma recompensa, sendo no entanto impossível dizer qual será esse período.

Podem ser forçados a um horário em que apenas uma proporção muito pequena de bicadas é recompensada. É interessante verificar que os hábitos adquiridos nestes casos de recompensas ocasionais são mais duradouros do que aqueles que são adquiridos quando todas as bicadas são recompensadas: o pombo é desencorajado menos depressa quando o mecanismo de recompensa é totalmente desligado. Os pombos e os ratos são, portanto, estatísticos bastante bons, capazes de apreender facilmente pequenas leis de padronização estatística no seu mundo. É presumível que esta capacidade lhes seja tão útil na natureza como na caixa de Skinner. A vida é rica em padrões; o mundo é uma grande caixa de Skinner.

Mais tarde, em 1948, experimentou uma variação brilhante da técnica básica: eliminou totalmente a relação causal entre o comportamento e a recompensa. Programou o aparelho para "recompensar" o pombo de tempos a tempos independentemente do comportamento da ave. Assim, as aves tinham apenas de descansar e esperar pela recompensa. E é aqui que toda a experiência se torna mais interessante, de facto, as aves não descansaram à espera da recompensa. Em vez disso, em 6 de cada 8 casos, desenvolveram - exactamente como se estivessem a aprender um hábito recompensado - aquilo que Skinner designou como comportamento "supersticioso". Exactamente em que consistia este comportamento variava de pombo para pombo. Uma das aves girava sobre si própria como um pião, duas ou três voltas no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, entre "recompensas". Outra empurrava a cabeça em direcção a um dado canto superior da caixa. Uma terceira ave abanava-se como se como se levantasse uma cortina invisível com a sua cabeça. Duas aves desenvolveram independentemente um hábito rítmico e "pendular" da cabeça e do corpo. Skinner utilizou a palavra superstição porque as aves se comportavam como se pensassem que o seu movimento habitual tinha influência causal no mecanismo de recompensa, quando de facto não tinha.

Portanto para a próxima já sabe, antes de fazer um exame e entrar na sala com o pé direito isso não lhe vai adiantar nada no caso de não estudar. Mas se preferir ter comportamentos supersticiosos iguais aos dos ratos e dos pombos, tudo bem.

Fonte: Dawkins, Richard - Decompondo o Arco-Íris - 1998 - Editora Gradiva - págs. 190-192

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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Carl Sagan - Um Mundo Infestado de Demónios

Carl Sagan sempre foi e continua sendo para mim e para muitos o divulgador científico por excelência.

Conhecido astrónomo e exobiólogo, Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano (NASA) desde o seu início. Senhor de um conhecimento científico multidisciplinar e com um talento extraordinário para a escrita legou-nos um formidável acervo de obras, de entre as quais figuram clássicos como Cosmos (que foi transformado em uma premiada série de televisão, acompanhada por mais de meio bilião de pessoas em todo o mundo), Os Dragões do Éden (pelo qual Carl Sagan recebeu o prémio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul, As Ligações Cósmicas, O Cérebro da Broca, Contacto, Cometa, Variedades da experiência Científica - Uma visão pessoal da busca por Deus, O Mundo Assombrado Pelos Demónios e, Biliões e Biliões. Carl Sagan viria a falecer em 1996 com 62 anos vítima de pneumonia, o mundo perdia assim o maior e mais respeitado divulgador científico de todos os tempos.

De entre todas as suas obras gostaria de destacar hoje o livro O Mundo Assombrado Pelos Demónios.



Alertado pela eminência do limiar duma nova era de obscurantismo e superstição, Carl Sagan deixa-nos nesta obra excitante e controversa a explicação da razão pela qual o pensamento científico é essencial para a salvaguarda das instituições democráticas e civilização tecnológica. Ao longo das páginas desta magnífica obra o autor desmonta alguns dos mais populares mitos e pretensões da «pseudociência», refutando convicentemente o argumento de que a ciência destrói a espiritualidade. Inclusive o célebre cientista deixa-nos algumas dicas para nos ajudar na Arte de Detectar Mentiras, as quais eu resumi nos pontos abaixo:

Ferramentas Básicas

1.Sempre que possível, deve haver confirmação independente dos "factos".

2.Devemos estimular um debate substantivo sobre as evidências, do qual participarão notórios partidários de todos os pontos de vista.

3.Os argumentos de autoridade têm pouca importância - as "autoridades" cometeram erros no passado. Voltarão a cometê-los no futuro.

4.Devemos considerar mais de uma hipótese. Se alguma coisa deve ser explicada, é preciso pensar em todas as maneiras diferentes pelas quais poderia ser explicada.

5.Devemos tentar não ficar demasiadamente ligados a uma hipótese, só por ser a nossa.

6.Devemos quantificar. Se o que estiver sendo explicado é passível de meditação, de ser relacionado a alguma quantidade numérica, seremos muito mais capazes de descriminar entre as hipóteses concorrentes. O que é vago e qualitativo é susceptível de muitas explicações.

7.A navalha de Occam. Essa maneira prática e conveniente de proceder nos incita a escolher a mais simples dentre duas hipóteses que explicam os dados com igual eficiência.

8.Devemos sempre perguntar se a hipótese pode ser, pelo menos em princípio, falseada. As proposições que não podem ser testadas ou falseadas não valem grande coisa. Considere-se a ideia grandiosa de que nosso universo e tudo o que nele existe é apenas uma partícula elementar - um electrão por exemplo - num cosmo muito maior. Mas, se nunca obtemos informações de fora do nosso universo, essa ideia não se torna impossível de ser refutada?

Falácias

Além de nos ensinar o que fazer na hora de avaliar uma afirmação, qualquer bom kit de detecção de mentiras deve também ensinar-nos o que não fazer. Ele ajuda-nos a reconhecer as falácias mais comuns e mais perigosas da lógica e da retórica. Deixo-vos aqui o link para essas falácias, no caso de ser do interesse de algum dos leitores.

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Astrologia - A Verdade da Mentira

De todo o tipo de crendices aquela que mais aceitação tem tido ao longo dos séculos, perdurando até aos dias de hoje é a astrologia. Surpreendem-me, por vezes, mesmo algumas das pessoas que eu considero inteligentes virem-me com comentários do tipo:

- “O fulano x é mesmo teimoso!! Vê-se logo que é Escorpião!”

- “O teu bebé é muito giro!! Nasceu no dia 9 de Dezembro, o que faz dele um Sagitário. Irá ser muito criativo, aventureiro, amante da liberdade, despreocupado, etc...”

Há muitos até que só abrem o jornal diário para ver o seu horóscopo.

Porque será que, estando nós numa época com tanta informação disponível, as pessoas ainda não estejam devidamente informadas sobre os erros desta pseudo-ciência? Pois é, existe muita informação, mas muita tem o propósito de propalar este tipo de superstições.

Como nós pretendemos dar que pensar aos nossos estimados leitores, deixamos aqui um conjunto de argumentos para refutar a astrologia:

1.Se Saturno afecta o recém-nascido no nascimento, porque o médico, que está muito mais próximo, não afecta o indivíduo de maneira muito mais profunda?;

2.Porque é que outros corpos, como os satélites de televisão não influenciam o horóscopo? Eles podem ser muito menores que os planetas mas estão muito mais próximos;

3.Por que é que a data importante é a do nascimento e não o da concepcão? Uma mulher que faz cesariana está influenciando na personalidade de seu filho?;

4.Se o útero “protege” a criança da influência astrológica, porque é que um indivíduo dentro de casa não fica, também, protegido das influências astrológicas?;

5.O sistema zodiacal não se alinha com as estrelas que os astrólogos estudam.Os signos não estão localizados onde os astrólogos onde os astrólogos afirmam que eles estão. Na verdade, onde os astrólogos dizem que está o signo de Caranguejo, por exemplo, está o signo de Gémeos. Isso tem a ver com o movimento da Precessão dos Equinócios;

6.Devido à mesma Precessão dos Equinócios, os Astrólogos ignoram o facto de que a Constelação de Ofiúco faz parte do zodíaco;

7.Os Astrónomos consideram que nossa visão dos céus muda com o passar do tempo, já os astrólogos possuem visão fixa e imutável;

8.Se o Ascendente é tao importante, como se faz o horóscopo em lugares de latitudes muito altas, onde mais de uma constelação da eclíptica está visível ao mesmo tempo?;

9.Se a astrologia é um conhecimento “sério”, como é que existem tantas linhas incompatíveis? Depois de tantos séculos era de se esperar que houvesse uma confluência;

10.Sabe-se que as pessoas concordam com absolutamente tudo o que falam sobre elas. As pessoas tendem a ter memória selectiva em relação à astrologia, ou seja, como geralmente funciona através da fé, são mais vulneráveis a aceitar os acertos desta enquanto que os erros passam-lhes ao lado.Um grupo muito grande de pessoas se identificou, quando pesquisada, com a descrição que foi feita para o mapa de um serial killer;

11.Ainda não foi possível comprovar que a força gravitacional possa alterar a personalidade de uma pessoa;

12.Os cientistas afirmam que as forças que nos influênciam são as energias: Nuclear fraca, Nuclear forte, Magnética e Gravitacional. Mas nenhuma delas influência a nossa personalidade, a constituição física, nem o nosso futuro;

13.A astrologia moderna ainda está assente sob a teoria Geocêntrica (teoria que como todos sabemos foi ultrapassada pela teoria Heliocêntrica);

14.O surgimento da astrologia deu-se no Egipto ou na Suméria (ainda não há um consenso em relação a este assunto por parte dos Historiadores). O nome dos signos do Zodíaco foram dados porque a configuração das estrelas (que não tinham relação nenhuma entre si, tanto que distam umas das outras por vários milhões de anos luz) se assemelhava aos Deuses da Antiguidade.


Os argumentos pseudo-científicos dos astrólogos

Os astrólogos, algumas vezes, usam alguns argumentos científicos (ou pseudo-científicos) para explicar as suas práticas. Por exemplo, costuma-se dizer que, como a Lua causa as marés na Terra, é razoável acreditar que a força gravitacional de outros corpos celestes, mais pesados como os planetas pode nos afectar também. Este argumento é inválido por duas razões, vejamos:

1.O puxão gravitacional de um planeta como Saturno, com massa 90 vezes maior que a da Terra, em uma pessoa daqui da Terra é igual ao puxão gravitacional de um carro a 1,7 metros desta pessoa. Ainda assim os astrólogos não parecem interessados na posição dos carros no hora do nascimento de ninguém, ou mesmo se a pessoa nasceu num parque de estacionamento. Na verdade o campo gravitacional da Terra é variável em toda a superfície, e ele próprio varia mais de lugar para lugar sozinho, do que devido à presença dos planetas mais pesados do sistema solar. Vale frisar, no entanto, que muitos astrólogos consideram que a influência exercida pelos planetas não é a gravitacional. A astrologia não oferece qualquer explicação plausível e testável de como a força gravitacional pode afectar a personalidade de uma pessoa, por que somos susceptíveis ao efeito gravitacional durante o nascimento nem de como uma influência gravitacional no passado pode afectar o nosso destino futuro;

2.O sistema do Zodíaco tropical usado pelos astrólogos do ocidente não se alinha com as estrelas que eles dizem estudar. Quando os astrólogos dizem que um planeta está em uma determinada constelação (signo do Zodíaco), eles não estão falando de estrelas que um observador possa sair fora à noite e observar. Eles estão falando sobre uma parte do céu que, uma vez, há 2000 anos, coincidiu com aquela constelação específica. Isto é devido à precessão do eixo terrestre enquanto a Terra gira. Isto significa que todas as estrelas no céu têm uma posição 24 graus à frente de onde elas estavam 2000 anos atrás, como visto por um observador aqui da Terra. Enquanto os cientistas conhecem este facto e o entendem, a grande maioria dos astrólogos ignoram este facto. O resultado é que quando um astrólogo diz que um tal planeta está em uma determinada constelação, o astrónomo sabe que ele na verdade está na seguinte.


Críticas científicas à metodologia astrológica


Uma vez que alguns astrólogos dizem ser capazes de fazer previsões sobre o futuro, deveria ser possível construir uma experiência para medir a precisão destas previsões. Aqui poderia-se usar o mesmo método usado para a Meteorologia que é usada para prever o tempo. A Meteorologia é uma ciência exacta, não porque as previsões sejam exactas, mas porque ela oferece os meios de prever e estimar o erro da previsão. Portanto um meteorologista não diz "amanhã vai chover", e sim, há fortes possibilidades de chuva para amanhã. Neste sentido nenhuma das experiências realizadas até hoje com a astrologia foi capaz de mostrar certeza maior do que a que se consegue por puro palpite.

Claro que alguns astrólogos dizem que a astrologia não é usada para prever o futuro, e sim para guiar e orientar os seus clientes através de padrões de comportamento, hora de nascimento, etc. Ainda assim, testes usando dois grupos de controlo (double blind tests) mostraram que a taxa de acerto de um astrólogo ao casar uma carta astrológica com o perfil de um cliente não tem uma taxa de acerto maior que um pessoa leiga, fazendo associações aleatórias de clientes e cartas astrológicas.

Os astrólogos que usam o Zodíaco tropical, como quase todos no ocidente o fazem, usam um ponto arbitrário no passado como base para suas interpretações dos céus. O Zodíaco de há 2000 anos atrás não possui nenhuma característica especial na Astronomia. Se formos 4000 anos para o passado, vamos achar a constelação de Touro como a constelação no Equinócio de Primavera (hemisfério sul), recuando-se mais 6000 anos a constelação de Gémeos vai estar no mesmo ponto. Os astrónomos entendem e levam em consideração o facto de que a nossa visão dos céus muda com o passar do tempo, ao passo que os astrólogos usam uma visão fixa e imutável da realidade.

Alguns astrólogos assumem que as constelações ocupam uma área de tamanho igual no Zodíaco, de aproximadamente 33 graus, mas na verdade existe uma variação considerável de 44 graus Virgem até 20 graus para Caranguejo.

A constelação de Ofiúco (Serpentário) foi reconhecida pelos antigos Gregos como parte do Zodíaco. Ela contém o Sol uma vez por ano (no final de Dezembro), e os planetas em várias outras épocas. Mesmo Ptolomeu, um dos grandes astrólogos da Antiguidade, reconheceu isto e reconheceu também que ela contém o Sol uma vez por ano. Ainda assim os astrólogos, incluindo Ptolomeu, ignoram o facto.

Outro tentativa de explicação científica para a astrologia é a de que os corpos celestes pesados afectam o campo magnético da Terra e que o campo magnético da Terra, de alguma forma, afecta a pessoa durante o nascimento. O problema é que o campo magnético da Terra é extremamente fraco se comparado com outras fontes. Ele varia de 0,3 Gauss a 0,6 Gauss dependendo do ponto na Terra. Pode-se ter um campo magnético muito maior que este usando-se apenas um imã de geladeira.

A astrologia antiga conhece apenas até ao planeta Saturno e os trans-saturnianos foram baptizados por não astrólogos, assim é difícil crer que possam ser usados nas análises modernas. Alguns astrólogos modernos também reconheciam Plutão como planeta principal, enquanto Éris foi descoberto na década de 2000 provando que poderiam haver vários outros corpos celestes pequenos e similares.

O mapa astral é elaborado a partir do nascimento de um indivíduo, ou objecto, ou país. Por que seria o momento do nascimento tão importante? Por que não o da fecundação, onde efectivamente se define o ADN de um zigoto, elemento biológico reconhecidamente influenciador da personalidade e constituição física de um indivíduo? Uma mulher que marca uma cesariana não estaria mudando o destino cósmico de seu filho? E o que marca esse momento? Se um parto que pode demorar até 20 horas, o que define o instante exacto? As primeiras contracções, o estouro da bolsa, o aparecimento da cabeça do bebé pela vagina (ou corte da cesariana) ou o corte do cordão umbilical? Talvez fosse ainda, o momento mais provável de ser o utilizado na grande parte dos mapas, aquele que um médico ou enfermeiro resolve anotar como sendo a hora do nascimento. No caso de nascimento de um país ou objecto, a definição de um instante exacto é ainda mais subjectiva. Alguns astrólogos consideram que o que determina o tema de uma pessoa é o momento em que ocorre a primeira respiração.

Sendo ainda o momento do nascimento decisivo para a personalidade de um indivíduo, por exemplo, para a formação de um grande atleta, não seria de se esperar que numa olimpíada houvesse uma grande concentração de atletas rivais que tivessem nascido no mesmo instante?

Para rir



Porque é que não previu um acontecimento tão importante como o terramoto em Los Angeles? Enfim! É como a velha piada da Madame Aramis, vê tudo, sabe tudo, passado presente e futuro, e quando batemos à porta ela pergunta “quem é?”.

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