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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Opinion Makers e Opinion Shakers

Pequeno intróito

A época da informação, que época esplendorosa esta em que vivemos!! Quantos sábios, escritores, poetas, filósofos e reis da antiguidade dariam tudo para viver na nossa era. Na actualidade qualquer criança de 10 anos, com um computador à sua frente, poderia deixar Aristóteles de boca aberta relatando-lhe as mais recentes descobertas nos ramos da Física, da Psicologia e Biologia.

Há tanta informação, mas no entanto há tanta gente mal informada. A resposta é simples, ler e pensar dá trabalho!! É mais fácil pegar no kit completo de opiniões do Prof. Marcelo e atirá-lo para cima de qualquer conversa de café, do que ter a sua própria opinião sobre as coisas. Muitas vezes as opiniões emitidas estão devidamente fundamentadas, podendo-se verificar nelas um raciocínio lógico, uma retórica difícil de refutar, outras vezes, as mesmas são apenas fruto das nossas paixões.

Opinion Makers

Qual homem da Renascença, que consegue beber de várias fontes e pintar o quadro da realidade política, esculpir a sua opinião sobre a realidade social, teorizar sobre a realidade económica, etc. Embora, gostemos ou não da sua arte, estes são geralmente figuras bastante versadas e cultas que vemos e ouvimos diariamente na TV. Em Portugal o primeiro grande Opinion Maker foi o Nuno Rogeiro, que nos espantava com as suas opiniões sobre quase tudo. Miguel Sousa Tavares, o Professor Marcelo de Sousa, Constança Cunha e Sá, Vasco Pulido Valente são os Opinion Makers, actualmente, de serviço. Conseguem com as suas opiniões agitar consciências e pressionar o Governo, outras vezes são anuentes das políticas governamentais. Serão uma ameaça à democracia ou, por outro lado, são fruto dela? Seria, talvez, paranóico afirmar que poderiam ser uma ameaça à democracia, mas convém ter sempre na ideia de que eles são instrumentos de Marketing Político, principalmente da disciplina mais importante do mesmo, a Opinião Pública. Controlar a opinião pública sempre foi uma das principais ambições de qualquer político. A figura do Opinion Maker, sentado na sua cadeira sendo questionado por um(a) jornalista, emitindo as suas opiniões sem ninguém lhe refutar os argumentos, concede-lhe uma aura mais credível do que se tivesse no meio de um debate.

Os Opinion Makers nem sempre são assim tão maus, por exemplo quando Einstein inventou a Teoria da Relatividade (E=MC2), se não houvessem vários a dizer que aquilo tudo fazia muito sentido, talvez hoje não fosse aceite, embora a esmagadora maioria das pessoas não saiba do que se trata.

Os mais perigosos e mais antigos Opinion Makers são os líderes religiosos com os seus dogmas e a atitude de descarregarem um conjunto de ideias na cabeça dos crentes, como que dizendo “insiram-nas na vossa “hard-drive” e nunca as questionem, pois quem o faz será considerado herético”.

Na política, principalmente nos regimes totalitários a discordância para com os ideais do partido no poder, foi sempre uma atitude pouco saudável, constituindo algo como um crimepensar (usando a linguagem Orwelliana). Quando a religião se alia aos Estados totalitários, raras foram as excepções ao longo da História da Humanidade em que isso não aconteceu, a mistura é sempre explosiva e quem sofre sempre é o “Zé Povinho”. Já Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda Nazi dizia “"A Igreja Católica mantém-se porque repete a mesma coisa há dois mil anos. O Estado alemão deve agir analogamente." O mesmo costumava também dizer “...uma mentira contada mil vezes passa a ser verdade.” É engraçado como este tipo influenciou bastante o Marketing Moderno.

Talvez hoje o medo de emitir opiniões sobre temas controversos, pode ser apenas uma característica atávica resultante da longa Inquisição que vivemos por vários séculos, assim como as quatro décadas de Estado Novo. Mas não só, ainda hoje emitir as minhas ideias sobre política e religião em certos meios, pode-me custar o meu emprego ou até a exclusão social. Por assim ser ainda não vivemos, e estamos longe de alcançar, a tão almejada Democracia. Felizmente, com o advento da Internet toda a gente pode emitir as suas opiniões sobre tudo e sem reservas. Já dizia o Herman José: “As opiniões são como as pachachas, toda a gente tem uma e quem quiser dá-la, dá-la!!”.

Opinion Shakers

Não temos a veleidade nem a prepotência de afirmar que fomos iluminados com a verdade, pois tal como já Nietzche afirmava, a verdade é apenas um ponto de vista. Acreditamos que se pode ter uma opinião crível sobre alguns assuntos, mas não sobre todos os assuntos. Todos nós temos o nosso calcanhar de Aquiles, até as pessoas mais cultas. Não existem verdades absolutas, esse é o nosso mote. Desconfiem sempre de quem se afirma detentor da verdade. Deveremos ter sempre muito cuidado com o argumento falacioso conhecido por “Argumentum Verecundiam (Apelo à autoridade)”, ex: “Se Aristóteles disse é porque é verdade”. Sabemos hoje que a Teoria Geocêntrica, também, defendida por Aristóteles está errada. A condição humana perante o mundo é tal e qual a alegoria do Mito da Caverna de Platão, em que muitos ainda permanecem agrilhoados e vêm nas sombras projectadas a sua realidade, enquanto outros já se soltaram e buscam apreender um mundo mais amplo.



Em vez de sermos apenas Opinion Takers, aceitando tudo o que nos dizem, deveremos ser Opinion Shakers, devemos questionar e agitar as nossas opiniões e a dos outros e fazer um cocktail de ideias (bom ou mau não interessa, desde que seja nosso). Mesmo quando existe apenas uma fonte, devemos introduzi-la no nosso shaker e agitá-la até fazer a espuma da nossa subjectividade. “Sejam subjectivos, mas com objectividade” já dizia o meu professor de Filosofia.

O nosso propósito

Propomo-nos debater aqui a actualidade e outros assuntos controversos. Este blog é apenas um convite à sublevação para pensarmos por nós próprios. Todos os comentários dos nossos estimados visitantes serão apreciados. Tal como a publicidade daquela conhecida operadora de telemóveis despeço-me com um “Até já!”

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