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terça-feira, 7 de abril de 2009

Blue Note : 70 anos ao serviço do Jazz


"Não foi a primeira editora exclusivamente dedicada ao jazz. Essa foi a Swing, criada em França em 1937. Mas a Blue Note Records é hoje a mais antiga ainda em actividade. Os seus fundadores, Alfred Lion – que fugiu da Alemanha nazi para Nova Iorque – e o escritor Max Margulis, estavam longe de imaginar que 70 anos volvidos, o selo de qualidade musical que edificaram continuaria a fazer as delícias dos amantes de jazz.

O “slogan” da empresa não engana: "The Finest in Jazz Since 1939". Os mais populares intérpretes foram gravando, ao longo das décadas, sob o selo da companhia: os saxofonistas Sonny Rollins, Dexter Gordon, Lee Morgan, Eric Dolphy e Ornette Coleman; os pianistas Thelonious Monk, Bud Powell, Horace Silver e Herbie Hancock; os trompetistas Fats Navarro, Miles Davis, Donald Byrd, Kenny Dorham e Freddie Hubbard; os guitarristas Kenny Burrell e Grant Green; o contrabaixista Ron Carter... A lista de talentos é quase infinita. O clarinetista Sidney Bechet e o pianista Earl Hines figuraram entre as primeiras assinaturas da marca, que acabou por se afirmar no mercado, depois de já se ter juntado a Lion e a Margulis o fotógrafo alemão Francis Wolff, outro judeu em fuga da Europa nazi.


A partir do momento em que o selo musical se começou a afirmar, as evoluções do jazz – que se foi misturando, experimentalmente, com o bebop, o hard bop, o soul, o rhythm and blues – fazem-se usando a Blue Note Records como montra. Os músicos vão passando a palavra, os donos de clubes dão rédea solta ao experimentalismo e a editora aproveita para se expandir.

Na década de 1950 juntam-se ao grupo original de fundadores mais duas peças chave na engrenagem da editora: o engenheiro de som Rudy Van Gelder e o “designer” gráfico Reid Miles.

Durante a década de 1970, já depois da retirada de Lion (em 1967) e da morte de Wolff (1971), a editora foi-se adaptando às novas sonoridades soul e pop, entrando numa era mais sombria e limitando-se a uma política de reedição, até que, em 1985, a Blue Note Records foi relançada, já sob a alçada da multinacional EMI e sob direcção de Bruce Lundvall. A cantora Norah Jones e, mais recentemente, Al Green, fazem parte dos nomes adicionados à parede da fama da editora.

Para celebrar os 70 anos da editora, uma banda contemporânea de respeitados músicos de jazz - agregada sob o nome colectivo de Blue Note 7, composto, entre outros, por Bill Charlap, Ravi Coltrane, Steve Wilson e Nicholas Payton – está a organizar um “tour”. Os músicos querem levar algumas das lendas musicais da editora a todos os cantos dos Estados Unidos."

in, Público de 07/04/2009 (edição online)

Desde já aqui ficam os meus Parabéns à Blue Note, que pessoalmente considero, mais do que apenas uma grande editora discográfica, uma instituição cultural de referência no panorama musical e jazzístico a nível mundial, constituindo-se hoje como património cultural da Humanidade.

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