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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Marcelo Rebelo de Sousa aconselha.....


Segunda noticia a edição online do jornal "i", o prof. Marcelo Rebelo de Sousa, aconselha os jovens portugueses, em primeiro lugar a terem uma profissão antes de qualquer iniciativa pelo mundo da política.

Até aqui, tudo bem! No entanto as razões avançadas para justificar tão sapiente conselho é que me parecem ser fruto de uma visão bastante redutora e demasiado centrada nas questões de chefia de lógica partidária e da falta de independência que isso acarreta, esquecendo por completo o verdadeiro fundamento para tão nobre aconselhamento.

Afirma Marcelo: "Finquem os pés na actividade profissional para depois, na política, poderem dizer que não" (sem reparos)

Continuando, “Se uma pessoa está na política sem ter um lugar de retaguarda vem um chefe qualquer que lhe diz ‘você agora faz aquilo’ e ela, mesmo discordando, tem de o fazer. Se tiver independência, a pessoa responde ‘até à próxima, vou à minha vida’. Se não tiver a sua vida tem de engolir sapos vivos ou elefantes. Não tem outro remédio se não ir fazendo coisas que lhe vão impingindo ao longo do tempo”.

Ora aqui é que a questão me intriga um pouco:
- será que as pessoas que não estão envolvidas em qualquer actividade política, que têm as suas "vidas" (como o próprio afirma), que dependendo de uma entidade patronal possuem assim tanta liberdade, que lhes permita fazer somente aquilo que querem?? Afirmando para a sua entidade patronal "até à próxima, vou à minha vida"??

Certamente que, felizes são aqueles que o poderão fazer, no entanto esses não serão por certo a maioria infelizmente, e como tal, o discurso do professor para justificar o seu conselho, é apenas uma espécie de princípio que não deve ser só característico da Política, como também de qualquer actividade, a qual, paute-se por uma relação de subordinante/subordinado. Só que "in fact", o último por questões de subsistência (económico-financeira e tudo o que isso implica obviamente,) não deverá discordar em demasia do primeiro, porque "in the bottom line" (no fundo da linha) será sempre ele o maior prejudicado.

É uma questão de psicologia social e comportamental!

A essência do aconselhamento de Marcelo Rebelo de Sousa, reside não tanto nessa falsa questão de liberdade, mas sim no princípio de que, todo e qualquer individuo, independente de tomar ou exercer qualquer actividade política deveria (o tempo do verbo aqui é fulcral) afirmar-se na sociedade em que está inserido pela sua capacidade profissional em primeiro lugar e somente num segundo plano pela sua participação política! No entanto, a afirmação e carreira profissional nos tempos que hoje correm é algo que requer novas visões sobre o tema.

Entretanto muitos trabalhadores no seu dia-a-dia, lá vão engolindo "sapos vivos e elefantes" uns mais bem passados outros um tanto ou quanto para o crú! Lá terão de "ir fazendo coisas que lhes vão impingindo ao longo do tempo".

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