Luís Marques colunista do "Expresso", referia num artigo seu deste fim-de-semana, que "dado o contínuo agravamento da crise que atravessamos, sem que tal seja possível prever até onde ela poderá ir, de uma coisa podemos dar como seguro - nada vai ficar como antes".
Pessoalmente, considero que vivemos um momento de relevância histórica o qual em sim mesmo, irá conduzir a uma mudança a todos os níveis relevante, com especial ênfase do ponto de vista económico, social e político. E que será de uma exigência bastante dura, apelando a uma participação fortíssima de toda a sociedade civil.
Na mesma linha, na passada sexta-feira, tive a oportunidade de assistir a uma conferência dada em Loulé, onde o convidado - o Prof. Fernando Rosas, um dos grandes historiadores portugueses da actualidade (para esta análise,vamos deixar aqui a associação política do mesmo), reflectia tendo como ponto de partida a própria História, nas causas da "Segunda Crise Histórica dos Sistemas Liberais do Ocidente" concluindo que, independentemente daquilo que possa suceder, de uma coisa poderemos ter a certeza, a actual crise não será curta, já que a própria História assim o tem demonstrado.
Destas várias perspectivas - que considero bastante realistas, independente do epíteto de «demasiado pessimistas» - emergem várias consequências, tais como: sectores de actividade que vão literalmente desaparecer; reajustamento dos paradigmas da Economia; perda substancial a nível mundial de riqueza; níveis de vida que irão baixar; convulsões sociais que desconhecemos a sua gravidade; luta pela sobrevivência que nalguns casos não andará muito longe da anarquia; terrenos férteis para o aparecimento de movimentos nacionalistas e a ascensão de personagens dúbias e milagrosas.
Como tal, vivemos um tempo o qual, enquadrado num quadro de valorização humanista, a racionalidade, a objectividade e acima de tudo a inteligência colectiva será uma mais valia para enfrentarmos com algum optimismo o desafio que este momento nos coloca. E que nos irá remeter para uma mobilização colectiva com um saudável confronto de posições, onde o maior perigo será sempre a indiferença, a apatia social e a subvalorização de tudo aquilo que estamos a verificar no nosso dia-a-dia.
Tal como refere Luís Marques, "qualquer visão de futuro que se queira fazer, terá de partir deste dado: tudo será diferente!"
O corpo e a mente
Há 20 minutos
2 comentários:
Bom blog
Totalmente de acordo.
Abraço!
João Martins
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