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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Dia histórico nos Estados Unidos

A gigantesca afluência às urnas e vários problemas nas máquinas de voto electrónico estão a marcar o processo eleitoral nos Estados Unidos, provocando enormes filas de gente à espera de participar naquele que muitos analistas antecipam como uma das mais participadas eleições presidenciais norte-americanas de sempre.

Acompanhado da filha mais velha, Malia, Obama votou na sua cidade, Chicago. «Votei», declarou, provocando os aplausos dos eleitores presentes.O senador por Illinois estava acompanhado da mulher, Michelle, e das filhas Sasha e Malia quando chegou à mesa de voto, numa escola primária. Obama demorou cerca de 10 minutos para preencher o enorme formulário de voto, que inclui outras questões administrativas além da escolha do presidente.

Logo depois, Joe Biden, votou em Wilmington (Delaware), ao lado da mãe Catherine e a esposa Jill. Ele saiu sorridente, com o polegar levantado em sinal de confiança.

Obama tem agendado um último comício em Indiana (norte), e Biden é aguardado em Virgínia (leste). Os dois homens devem se encontrar no fim do dia em Chicago.

Hillary e Bill Clinton, por sua vez, votaram em Chappaqua, no estado de Nova York.

Já o candidato republicano, John McCain, votou em Phoenix, Arizona, acompanhado de sua mulher, Cindy. McCain, segundo nas sondagens, votou e saiu rapidamente, evitando responder às perguntas dos jornalistas que o cercavam a secção de voto.

Depois de percorrer na segunda-feira milhares de quilómetros de avião e fazer comícios em sete estados, McCain resolveu fazer, nesta terça-feira, um esforço inédito num candidato presidencial americano, para tentar arrancar a vitória na última hora.

McCain incluiu em sua agenda duas acções de campanha nesta terça-feira, em Colorado e Novo México, dois estados considerados chave.

Sua candidata a vice, Sarah Palin, votou na cidade de Wasilla, no Alasca, acompanhada de seu marido, Todd.

As manchetes dos jornais americanos insistiram nesta terça-feira na importância histórica desta eleição. «A dois passos da história», anunciou o jornal New York Post, ao lado de uma grande foto de Obama. «A história vai ser escrita hoje», afirmou, por sua vez, o jornal nacional USA Today.


Como eles elegem o Presidente

Se ainda não percebeu bem o complexo sistema eleitoral norte-americano, chegou ao sítio certo. Saiba, por exemplo, como é que o maior número de votos dos eleitores não implica necessariamente a vitória de um candidato.



O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) é escolhido através de sufrágio universal e indirecto. Universal, porque todos os cidadãos americanos podem votar. Indirecto, pois votam para escolher os representantes para um colégio eleitoral, a quem cabe a decisão final.

Para se ser eleito Presidente dos EUA bastam 35 anos de idade e nascimento e residência, há pelo menos 14 anos, nos Estados Unidos. O Presidente também não pode cumprir mais que dois mandatos. Cumpridos estes requisitos, é então necessário ultrapassar o longo e extenuante processo de eleição, que decorre em duas fases.

Primárias

A primeira fase do processo compreende as chamadas primárias, que têm como objectivo a escolha dos candidatos que vão representar cada um dos partidos (o Republicano e o Democrata).

Cada Estado decide como dá rumo a este processo. Em alguns casos, votam apenas os filiados no partido, noutros, qualquer cidadão pode votar. Nas primárias, o voto é secreto, mas há Estados que optam pelo caucus, uma espécie de assembleia popular, em que a votação é pública (braço no ar), podendo até os eleitores alterar o seu voto enquanto ela decorre.

Desta votação, resulta um determinado número de delegados, que vão representar o candidato a que estão associados, numa Convenção realizada por cada um dos Partidos. É aqui que são anunciados, formalmente, os dois candidatos a Presidente dos EUA – embora na maioria das vezes, já se saiba, previamente, quem são estes candidatos, devido à soma do número de delegados eleitos durante as primárias.

Frequentemente, os candidatos com menos peso vão desistindo da competição, principalmente depois da «Super-Terça-feira» – em que quase metade dos Estados vão às urnas –, depois da qual vão diminuindo as dúvidas sobre quem será o vencedor da corrida.

Neste caso, temos Barack Obama e John McCain, pelo Partido Democrata e pelo Republicano, respectivamente, a disputar as eleições de 4 de Novembro.

Colégio Eleitoral

Segue-se então a segunda fase, agora disputada por apenas dois candidatos. Todos os cidadãos norte-americanos recenseados são convidados a votar no seu candidato favorito, nos seus respectivos Estados. Este voto irá servir para eleger um determinado número de delegados, que vão representar o candidato no Colégio Eleitoral. É neste que os delegados eleitos pelo povo vão escolher o novo Presidente dos EUA.

Quanto maior for a população de um determinado Estado, mais representantes terá no Colégio Eleitoral – daí que alguns Estados sejam mais importantes do que outros para que a campanha seja ganha. Para além disso, na maior parte dos Estados, o candidato com mais votos arrecada todos os delegados desse Estado para o Colégio Eleitoral, tendo os votos dos outros candidatos um efeito nulo.

É daqui que surge a controvérsia associada ao modelo norte-americano – é que quem tem mais votos, não é necessariamente quem ganha as eleições. Foi o caso polémico das eleições em que Al Gore perdeu a presidência para George W. Bush, mesmo contabilizando mais votos entre a população.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom post. Eu diria que alguns blogues fazem mais serviço público que as próprias tv's nacionais.
Abraço
João Martins

JP disse...

Muito bom! Parabéns!