" Ninguém tem vontade de discutir o essencial." - Miguel Pacheco, Jornalista
in Jornal "i", edição de 26/11/2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
A frase de reflexão do dia...
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
"Portugueses vão ficar mais pobres" - Martim A. Figueiredo
A merecer destaque e especial atenção, o editorial da edição de 24 do corrente do Jornal "i" da autoria de Martim Avillez Figueiredo.
"Há momentos na vida de um país em que é preciso pôr travões a fundo a quem manda. Para isso, é indispensável que os portugueses se insurjam. Portugal está na banca rota e ninguém parece preocupado. Devia estar. A situação é dramática. Quando Vítor Constâncio vestiu ontem o casaco de assessor do Governo, antecipando mais impostos e avisando cortes nos salários, podia estar a dizer a verdade - mas não está a ser sério. Ou melhor, Constâncio é sério. O que não é sério é o responsável macroeconómico do país não se revoltar contra a política macroeconómica de Portugal.
Crescer impostos é uma afronta aos portugueses (mesmo que pareça inevitável) e ainda mais desconsiderante para cada um dos habitantes deste país é ouvir o Governo dizer que não vai subir impostos - quando o Governador sabe muito bem que Sócrates terá de o fazer. Sucede que o mesmo Governador sabe bem que os portugueses já são os europeus a quem é exigido o maior esforço fiscal (faça Zoom nas páginas 14 a 17), e que esse esforço é entendido quase sempre como dinheiro deitado à rua - uma vez que em cima dele têm ainda de comprar seguros de saúde, pagar propinas de escolas privadas e deixar dinheiro nas portagens da auto-estrada. Pagam, mas começam a não perceber para quê. E quando o esforço privado de cada um serve para financiar os erros de gestão políticos e as trapalhadas financeiras do Estado, então o caldo tem tudo para se entornar. O país está a chegar onde nunca chegou - e não culpem só a crise. A fatia pública que mais cresceu em Portugal (desde 1985) foram os impostos: mais do que a economia, mais do que despesa. É quase ultrajante: a preços acumulados e correntes, os impostos nacionais engordaram 964% entre 1985 e 2008. Pode dizer-se: o país está melhor, vive-se hoje um nível de conforto inimaginável no Portugal dos anos oitenta. Sim, mas se o custo é a banca rota que absurdo de país é este? Seria como se cada um de nós mudasse, em 20 anos, de apartamentos para sumptuosos palácios à beira-mar apenas para descobrir que... abriria falência. Que raio de políticos permitiram que isto acontecesse?
A pergunta que se segue à manchete que o i hoje publica é evidente: se Sócrates não encontra solução para o país, quem encontra? Ou será que não existe? E aqui as respostas são curtas, mas a dois tempos. Primeiro, tudo na vida tem consequências. O facto de parecer que não existe uma solução não desculpa quem a procura. É duro, mas é assim nos mais pequenos detalhes da vida de cada um. Segundo, uma das vias que se discutem hoje na Europa é alimentar a retoma económica com uma poderosa reforma fiscal - pôr tudo em causa. Se Portugal tem 5 grandes centros de receita fiscal (IVA, IRC, IRS, especiais sobre o consumo e ambientais), pode mudar tudo. Há a ideia do imposto natural de dois professores de Yale ou a do imposto corporativo imaginada pelo social-democrata britânico Antony Crosland (releia em www.ionline.pt). E muito mais alternativas. Nenhuma fará milagres, mas é criminoso ver o país à beira da banca-rota e fingir que não se passa nada." - in jornal "i", 24/11/2009
domingo, 22 de novembro de 2009
"Plano Inclinado"
O nome do programa é "Plano Inclinado", passa na SIC-Notícias aos Sábados (apesar de na passada semana ter sido a um Domingo)por volta das 22Horas, tem a apresentação de Mário Crespo e conta com 3 convidados interessantes: Henrique Medina Carreira, João Duque e Nuno Crato, os quais se debruçam a analisar a actual realidade política, económica e social portuguesa numa perspectiva que visa alertar e consciencializar os cidadãos para aquilo que no fundo é a crua realidade do nosso país.
O programa vai já com 3 episódios, e para a próxima semana o tema que irá estar em especial análise é o panorama da Educação em Portugal.
Definitivamente a não perder!
Como refere Medina Carreira, perante os problemas da nossa Economia:
"Está-se a dar aspirina a um sujeito que tem um cancro no cólon!"
De seguida um pequeno excerto do 2º episódio.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Portugal com bilhete para o Mundial de 2010
De todos os eventuais caminhos que a selecção portuguesa tinha ao seu dispor para conseguir estar presente no próximo Mundial de futebol na África do Sul, "optou" pelo mais longo e tortuoso de todos.
Para já, descompressão é a palavra de ordem do momento para Carlos Queiroz, sendo que, para a História, aquilo que de facto fica de relevante é mais uma presença lusa num dos eventos desportivos de maior projecção mundial.Aguardemos então por Junho de 2010 para sabermos em concreto que caminho estará destinado à nossa selecção de futebol. No imediato, os objectivos mínimos foram alcançados!
domingo, 15 de novembro de 2009
Sinais do Tempo: A paranóia ataca em força
Deixo-vos aqui o artigo da autoria de Paul Krugman (Nobel da Economia em 2008) publicado na edição da passada 5ª feira no jornal "i" e que de certa forma mostra como vão as coisas no panorama político americano, mais concretamente nesse partido conservador de nome Republicano.
Afirma Krugman:
" O tom das manifestações contra a reforma Obama do sistema de saúde é sintomático. A direita irracional está a tomar conta do Partido Republicano. E as consequências podem ser tremendas.
A semana passada houve uma manifestação à porta do Capitólio em protesto contra a iminente legislação sobre cuidados de saúde. Os argumentos eram do tipo a que já nos habituámos, incluindo grandes cartazes com corpos empilhados em Dachau e com a legenda "Cuidados de saúde do nacional-socialismo". Foi grotesco - e também premonitório. Porque aquilo a que estamos a assistir é ao começo da californização dos Estados Unidos.
A conclusão mais importante que se deve retirar dessa manifestação é que não foi um acontecimento periférico. Foi patrocinada pela liderança republicana do Senado: com efeito, foi oficialmente rotulada como conferência de imprensa desse partido. Os seus mais eminentes legisladores estiveram presentes e o tom dos protestos não lhes causou o mínimo incómodo.
É certo que Eric Cantor, número dois republicano na Câmara de Representantes, fez algumas críticas suaves depois do acontecimento. Mas apenas "suaves". Os cartazes eram "impróprios", disse o seu porta-voz; as comparações com Hitler feitas por pessoas como Rush Limbaugh, disse Cantor, "evocam imagens que, francamente, não ajudaram nada".
O que isto revela é que o Partido Republicano foi tomado pelas pessoas que costumava explorar.
O estado de espírito patente em recentes manifestações da direita não é uma novidade. Já em 1964, o historiador Richard Hofstadter publicou um ensaio intitulado "The Paranoid Style in American Politics", que parece basear-se nos grandes títulos da actualidade de hoje: os americanos da extrema direita, escrevia ele, sentem que "os EUA lhes foram em grande parte sonegados, a eles e aos seus semelhantes, e estão determinados a tentar recuperá-los e a evitar o derradeiro acto da sua subversão."
Embora o estilo paranóico não seja novo, o seu papel no Partido Republicano é.
Nos tempos em que Hofstadter o escreveu, a direita sentia-se expropriada, por ter sido rejeitada por ambos os grandes partidos. Isso mudou com a chegada de Reagan: os políticos republicanos começaram a ganhar eleições, em parte por cuidarem das paixões da direita enfurecida.
Porém, até há pouco tempo, esse cuidado tem sobretudo assumido contornos de simbolismo oco. Uma vez ganhas as eleições, as questões que incendiavam as bases ficaram quase sempre para trás, suplantadas pelas preocupações económicas das elites. Assim, em 2004, George W. Bush assentou a sua campanha no antiterrorismo e nos "valores".
Mas no ano passado algo inesperado aconteceu. Depois da vitória esmagadora dos democratas, os extremistas deixaram de poder ser engodados com promessas de futura glória. Além disso, a perda simultânea da maioria no Congresso e na Casa Branca deixou um vazio de poder num partido habituado a uma gestão das cúpulas para as bases. Nesta altura do campeonato, Newt Gingrich faz figura de velho estadista reservado e razoável do Partido Republicano.
No partido, o poder real reside de facto em pessoas como Rush Limbaugh, Glenn Beck e Sarah Palin (que, actualmente, é mais uma figura mediática que uma política convencional). Uma vez que estas pessoas não estão interessadas em governar, alimentam o frenesim das bases em vez de tentarem acalmá-las ou canalizar as suas energias. Assim, toda a antiga moderação desapareceu.
A curto prazo, isso pode ajudar os democratas. Ou talvez não: as eleições não são necessariamente ganhas pelo candidato que apresente os argumentos mais racionais; são muitas vezes determinadas pelas circunstâncias e pelas condições económicas.
Efectivamente, é bem possível que o partido de Limbaugh e de Beck consiga ganhos importantes nas eleições intercalares do próximo ano. Os esforços da administração Obama para a criação de emprego falharam e portanto é provável que o desemprego se mantenha desastrosamente alto ao longo do próximo ano e para além dele. O resgate de Wall Street, muito vantajoso para os banqueiros, enfureceu os eleitores e até é possível que cubra os republicanos com o manto do populismo económico. Os conservadores podem não ter ideias melhores, mas os eleitores poderão vir a apoiá-los por pura frustração.
Se os republicanos alcançarem grandes vitórias no próximo ano, o que já aconteceu na Califórnia pode vir a acontecer a nível nacional. Na Califórnia, o Partido Republicano encolheu, tornando-se essencialmente um partido de "restos" sem qualquer interesse em governar - mas esses restos continuam a ser suficientemente substanciais.
Se isso acontecer nos Estados Unidos no seu conjunto, o que não é difícil, o país, em plena catástrofe económica, pode tornar-se de facto ingovernável.
O que está em causa é que a tomada do Partido Republicano pela direita irracional não é assunto para se levar de ânimo leve. Está a acontecer algo sem precedentes - e muito mau para os EUA."
Exclusivo i/The New York Times (13/11/2009)
sábado, 14 de novembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Queda do Muro de Berlim - 9 de Novembro de 1989
Foi um momento importante da 2ª metade do Século XX, e simbolizou de certa forma a queda de um regime e de uma visão da sociedade que desde as suas origens sempre esteve condenada à sua respectiva falência.
As divisões criadas dentro da actual Alemanha no passado, mais não foram do que a tentativa desesperada de condicionar o livre pensamento e a própria liberdade individual dos indivíduos em nome e na defesa de um modelo de sociedade utópico; em nome do interesse de alguns; utilizando essa divisão como pura peça de xadrez na geopolítica da época.
A queda do muro, simbolizou também de certa forma a queda das antigas divisões existentes dentro da Europa na época.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Claude Lévi-Strauss (1908-2009)
O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, foi um dos grandes intelectuais do século XX, destacado antropólogo e fundador da corrente estruturalista das ciências sociais.
Nascido em Bruxelas em 1908, Lévi-Strauss lançou as bases da antropologia moderna e influenciou gerações de investigadores, deixando também uma marca decisiva na filosofia, sociologia, história e teoria da literatura. (in Visão online)
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
71º aniversário da mais famosa transmissão radiofónica da História
Faz hoje precisamente 71 anos que Orson Welles levou a cabo aquela que provavelmente será a mais famosa transmissão radiofónica de todos os tempos: a encenação e adaptação da obra de H.G. Wells, "A Guerra dos Mundos".
Ao encenar via Rádio,uma violenta invasão terrestre por parte de seres extraterrestres, Orson Wells mais não fez do que mostrar a força e o impacto que este meio na altura (1938) possuía junto das pessoas, sendo também o grande meio de Mass Comunication daquele tempo. Os resultados foram a mais completa histeria colectiva, o pânico exacerbado e a indução junto das populações do medo e terror.
Este é um perfeito exemplo daquela velha máxima proferida por um dos grandes nomes do estudo do fenómeno comunicacional - Marshall McLuhan - o qual muito sintecticamente afirmava: " O Meio é a Mensagem!"
A escolha da data por parte de Wells também não foi casual por certo. Esta era já na altura uma data famosa nos Estados Unidos, isto porque estávamos perante a celebração (de raíz irlandesa) e que há cerca de alguns anos também passou a povoar o nosso "calendário festivo": o "Halloween"!
Durante esta semana, pude constatar nomeadamente a nível local e regional uma certa histeria nomeadamente junto da comunidade escolar e de alguns pais, com reminiscências "orwellianas". Foi o dito caso da pseudo-existência de um "gang" de jovens delinquentes denominados "Boca de Palhaço" que estariam a perpetuar uma série de ataques violentos junto da comunidade escolar local e regional, onde o fundamento dessa "notícia" estaria na circulação da mesma, hoje já não através da Rádio, mas sim através dos meios de comunicação actuais: Telemóveis (SMS) e Internet (E-mail e Redes Sociais).
A reacção sentiu-se de pronto por parte das autoridades regionais, nomeadamente com comunicados para a população a salientar a inexistência factual de tais situações de violência.
71 anos passaram efectivamente, os meios de comunicação estão em permanente reconfiguração,é um facto, mas o comportamento do Ser Humano perante as capacidades dos próprios e o uso que se quer dar a cada um, esse parece que continua inalterável. A histeria colectiva não é muito difícil de criar, muito pelo contrário.
Muitos são certamente os factores do ponto de vista comportamental e da psique humana que podem explicar isso,muito terá a ver com a própria "natureza humana" por certo, mas pessoalmente foco a atenção neste: a falta de capacidade de análise racional e objectiva para questionar aquilo que nos está a ser transmitido.
Não será à toa, que muitas vezes agimos mais como "ovelhas" de um qualquer rebanho do que como seres providos e dotados de uma capacidade intelectual e racional. Enfim, para muitas pessoas, convém mesmo que seja assim!!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Documentário - "Fall Of The Republic"
Mais um documentário interessante. Um ângulo de visão deveras diferente daquele que é comum encontrar nos Media sobre a actual realidade política americana e de certa forma também mundial.
Versão integral:
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Uma Obra, Um Artista - "Your Own Personal Jesus" - Depeche Mode
Agora em jeito de destaque, aproveitando a actualidade do tema...
Someone to hear your prayers
Someone who cares
Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who's there
Feeling unknown
And you're all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
I'll make you a believer
Take second best
Put me to the test
Things on your chest
You need to confess
I will deliver
You know I'm a forgiver
Reach out and touch faith
Reach out and touch faith
Your own personal jesus...
Feeling unknown
And you're all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
I'll make you a believer
I will deliver
You know Im a forgiver
Reach out and touch faith
Your own personal jesus
Reach out and touch faith"
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Mário David, Saramago e a Bíblia
Caros leitores,
Gostaria de deixar aqui o e-mail que enviei hoje ao Eurodeputado Mário David sobre a polémica de Saramago e a Bíblia.
"Exmo. Sr. Eurodeputado,
Permita-me fazer uso da minha liberdade de expressão, essa conquista democrática que V/ Exa. tanto despreza.
Venho pedir-lhe, não só em meu nome, mas também em nome de alguns milhões de portugueses que prezam a liberdade, para que evite proferir declarações de índole totalitária como aquela que proferiu hoje.
Queira V/ Exa. saber que no Artigo 37º da Constituição da República Portuguesa refere a liberdade de expressão e informação como um direito dos cidadãos deste país. Pois Saramago apenas fez uso desse direito que lhe é conferido. A opinião do Nobel da Literatura, partilhe-se ou não é legítima. Por outro lado, ao Sr. Eurodeputado é-lhe igualmente reconhecido o direito de discordar de tal declaração. O que já não é legítimo é o Sr. Eurodeputado vir à praça pública apelar para que o grande escritor português renuncie à cidadania portuguesa, como se para ser português fosse necessário ser crente. Para além de ser uma enorme desconsideração para os milhões de portugueses amantes da liberdade, também é uma enorme afronta para quem não é crente ou professa outras religiões. Apesar de uma parte dessas pessoas não ter votado no seu partido, tal como eu, não lhe fica nada bem proferir afirmações infelizes como a que hoje fez.
Sei que fez a sua ardilosa declaração apelando para que Saramago fosse avante com uma intenção que ele já antes demonstrara, mas tal estratagema do Sr. Eurodeputado só demonstrou uma coisa, o seu perfil totalitarista.
Como sou amante da Democracia e do meu país nunca poderia ficar calado, sem lhe demonstrar o meu enorme desagrado e vergonha pelas declarações proferidas por um cidadão português eleito democraticamente.
Espero que faça tanto pelo seu país como Saramago já fez por Portugal.
Saudações democráticas.
Do eleitor,
Helder"
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
A "Democracia Instantânea"
Miguel Sousa Tavares escrevia na sua crónica deste fim de semana no semanário Expresso, algumas considerações interessantes sobre aquilo que o próprio considera de "alguns motivos de verdadeiro orgulho pátrio".
De entre vários, os quais poderão os prezados leitores aprofundar aqui, Miguel Sousa Tavares tem uma afirmação curiosa acerca das reminiscências salazaristas que infelizmente ainda caracterizam fortemente muita da forma de certos cidadãos se pronunciarem acerca da mais variada panóplia de assuntos, umas vezes comportando-se como genuínas ovelhas de rebanho, ora outras quais tigres-de-Bengala na defesa selvática das suas "verdades".
Diz então o cronista:
" Salazar está morto, mas o espírito do 'maior português de sempre' continua vivo e passeia-se por aí, na Net e disfarçado de 'democracia instantânea'. Ah o que o querido santacombadense se não teria deliciado com o fabuloso mundo dos blogues e das redes sociais! Os incómodos e trabalhos a que não se teria poupado com um instrumento desses ao dispor!"
Vem isto a propósito daquilo que desde à algum tempo constato na forma como determinados blogues nacionais e locais comportam-se e actuam, naquilo que mais não é do que fomentar uma ideia de pseudo-liberdade de expressão!
Agem de forma maniqueísta no intuito de condicionar a opinião pública nacional e local como forma de alcançar objectivos camuflados e de colocar em prática estratégias concebidas por mentes permanentemente manipuladores com vista a orientar de forma subliminar o pensamento de mentes menos esclarecidas e blindadas (as ovelhas de rebanho) de modo a que progressivamente sirvam-se das mesmas para que à posteriori - fazendo uso e despertando o outro lado mais selvagem da mente - possam legitimar as suas "verdades" os seus "propósitos". Tudo, sem a preocupação de ver debatido de forma elevada e aprofundada os temas propostos.
É no fundo a mediocridade em todo o seu "esplendor"! Aquilo a que alguns apelidam de "prostituição intelectual"!
São várias as técnicas utilizadas, para sustentar toda esta estratégia de "democracia instantânea", a título exemplificativo: a pseudo-moderação de comentários; a vangloriação provinciana por "records" de visitas aos referidos espaços; a pseudo-veracidade colocada em determinados "posts"; a criação de figuras fictícias e imaginárias que mais não fazem do que ocultar a verdadeira identidade destes "super-heróis" dos tempos modernos; enfim todo um conjunto de práticas e técnicas "underground" com o claro objectivo de minar e condicionar de forma perversa a opinião pública.
Para estes espaços virtuais, Maquiavel é a grande referência inspiradora. Isto porque para se atingir determinados fins justificam-se indiscutivelmente determinados meios.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Do Provincianismo em Portugal
Chegados ao fim de um ano político recheado de momentos eleitorais, gostaria de trazer aqui ao O.Shakers uma característica que muito se fez notar em todos os actos eleitorais aos quais o dito "povo", a "nação" foi chamada a se pronunciar: o Provincianismo!
Se tivesse que caracterizar numa única palavra certas campanhas eleitorais que foram levadas a cabo nestes últimos meses, certos posicionamentos e pensamentos políticos apresentados à população em geral, essa palavra seria certamente - Provincianismo!
O provincianismo, é hoje de facto uma das principais características do pensamento político de muitos cidadãos que têm ao seu cuidado a responsabilidade de gerir as expectativas dos cidadãos que neles confiaram o seu voto nas urnas.
O provincianismo português, é por ventura neste século a grande heritage social que muitos pretendem ver seguida por parte das gerações futuras, sempre na perspectiva que essa herança, essa visão pseudo-moderna, implicará inexoravelmente o futuro da sociedade, o caminho do próprio "desenvolvimento" e "progresso".
Fernando Pessoa, sobre o Provincianismo teceu algumas considerações interessantes que julgo importante trazer aqui à reflexão. Dizia o próprio:
" Se, por um daqueles artifícios cómodos, pelos quais simplificamos a realidade com o fito de a compreender, quisermos resumir num síndroma o mal superior português, diremos que esse mal consiste no provincianismo. O facto é triste, mas não nos é peculiar. De igual doença enfermam muitos outros países, que se consideram civilizantes com orgulho e erro.
O provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior dela — em segui-la pois mimeticamente, com uma subordinação inconsciente e feliz."
Com esta afirmação, Fernando Pessoa diz muito! E o que de modo conciso e muito objectivamente retrata é a condição da qual se alimenta a atitude provinciana: a Inconsciência! A inconsciência de nos julgarmos modernos, a inconsciência de nos sentirmos e julgarmos superiores, a inconsciência enfim de nos sentirmos civilizados e evoluídos quando de facto não o somos.
Uma das características marcantes do provinciano, afirma Fernando Pessoa, é "o entusiasmo e admiração pelos grandes meios" no fundo aquilo que ele julga aparentar ser moderno pelo simples facto de ser simplesmente Grande.
A título exemplificativo deixo a seguinte foto relativa à campanha eleitoral para as autárquicas recentemente finalizadas, relativa à actual força política presente no executivo municipal e também vencedora das últimas eleições no concelho e cidade onde presentemente resido, Loulé!

Fernando Pessoa, in "O Provincianismo Português"
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
sábado, 5 de setembro de 2009
Fox News o Canal Noticioso Mais Odioso do Mundo
Afinal a TVI não é o canal televisivo mais odioso do mundo, nem a Manuela Moura Guedes a pseudo-jornalista mais repugnante. Existe do outro lado do oceano uma estação conhecida como Fox News com a extremamente tendenciosa, opinativa, fascista e mal-educada Megyn Kelly (embora mais bonita do que a Manuela):
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Cartazes de campanha
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Massive Attack - Teardrop (Live from Abbey Road 2007)
Para descontrair um bocadinho, hoje decidi postar um vídeo musical fabuloso gravado na mítica Abbey Road (England) em 2007 pelos Massive Attack, definitivamente uma das minhas bandas de «culto»!
Enjoy it!!
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Quando os Meninos de Direita estão numa de Rebelde Way
Até aqui aquela bandeira cheira a mofo.
O problema de Portugal e dos portugueses continua a ser o de olharmos constantemente para o passado em vez de olharmos para o futuro. Estou farto deste saudosismo bafiento! Deixem-se de Salazares, de Sá Carneiros e dos Reis, olhem para a frente, pá!!
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Estou preocupado com o Paulinho das Feiras
É verdade! Estou mesmo preocupado com o Paulinho das Feiras. Com tantos beijos, apertos-de-mão e abraços ao Zé Povinho ainda é capaz de apanhar a tão ululada pela comunicação social Gripe A. Não só ele, mas toda a classe política que tem o hábito de sempre que se aproximam eleições (coincidência ou não) de cumprimentarem o povo.