
Muito se tem especulado sobre o calendário eleitoral do corrente ano, tendo sempre como questão de fundo, a marcação dos actos eleitorais -Legislativas e Autárquicas- para a mesma data! Em princípio, tudo aponta para que no decorrer desta semana o Presidente da República acabe com o mistério das datas, que tanta "água" tem feito correr pela opinião pública e publicada nacional.
Pessoalmente sou, por princípio, contra a simultaneidade de diferentes actos eleitorais em Democracia.
Não tenho a visão e concepção puramente utilitarista, demasiado pragmática e economicista que alguma opinião pública e o Partido Social Democrata tem tido a propósito da defesa da coincidência de datas para as próximas eleições autárquicas e legislativas.
Tal como referia o politólogo Manuel Meirinho Martins na edição do passado Domingo do jornal Público, "A pior coisa que se pode fazer à Democracia é alterar-lhe o percurso natural do mapa eleitoral e mistificar tudo o que é competição , juntando eleições legislativas com câmaras".
De facto, querer juntar estas duas eleições só poderá ser compreendido à luz da tal visão...prática ou utilitária, ou então face a qualquer táctica política pura, resultado do momento em que se vive.
Em Democracia, o momento por excelência, mais representativo do espírito democrata é o acto eleitoral livre. E quanto mais singular, participado e único for esse mesmo acto, maior será o reforço dos alicerces, das bases que fundaram a própria Democracia.
Como tal, argumentos como o da redução da abstenção e o da "contenção" de despesas são simplesmente muito pouco consistentes.
No caso do combate à abstenção, se atentarmos no passado poderemos de imediato concluir que, as diferenças não serão assim tão grandes como se pretende fazer crer.
Quanto à "contenção" de custos, eu diria simplesmente que, a Democracia contém em si mesma custos indissociáveis ou fixos (se preferirmos uma resposta dentro da mesma linha, de cariz económico). E se fosse assim, permitam-me agora um pouco de ironia, se calhar....barato barato seria mesmo não realizar eleições!
Esta semana veremos como acabará este "novo mistério" da política portuguesa!
Na morte de Francisco Balsemão
Há 10 horas













3 comentários:
Concordo Ricardo.
Hugo
Excelente post. Barato barato seria mesmo não realizar eleições...e já agora suspender esta porra da democracia por seis meses!
Um grande abraço!
PS: desculpem lá o porra...
São diferentes actos eleitorais, por isso, não se devem realisar em simultâneo!
Quanto á "contenção de custos", só pode ser uma anedota, vindo de quem o afirma!
Contenção de custos ,seria, poupar nas campanhas eleitorais, por exemplo!
Quanto á abstenção ,deve começar a ser tratada de forma mais personalizada! Ou seja ,incentivar os cidadãos ao voto , fazendo-lhes ver a importância do seu voto !Só com os votos de todos ,podemos ser um país que escolhe o seu destino democraticamente!
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