Ora aqui está um documentário super interessante sobre a "história" de Jesus Cristo.
Esta sequência de 3 vídeos é apenas a primeira parte do excelente documentário intitulado Zeitgeist (espírito do tempo). A segunda parte é referente ao 11 de Setembro e a terceira e última parte é referente à Reserva Federal norte-americana. Este foi o primeiro documentário, devido à polémica envolvida no mesmo e ao elevado número de espectadores já saiu o segundo Zeitgeist, o qual recomendo vivamente.
Miguel Sousa Tavares - Uma opinião corajosa
Há 6 horas
10 comentários:
Nem tudo neste documentário é correcto! Mas é uma outra visão sobre o assunto! E é debatendo que se chega à verdade.
Caro João,
Gostarias de partilhar connosco algumas das incorrecções deste documentário?
gostei do desafio Helder. Isto de dizer que há incorrecções sem provar que as há é muito cobarde. Mas realço que também o que foi apresentado foi provado. As provas que a que se refere o comentário não são visiveis e muito sinceramente não conheço mais de metade. Por isso aceito o teu desafio e vou fazer o TPC de modo a formar uma opinião coerente. Vais é ter que esperar alguns dias, é que ando com imenso trabalho. Mas fica prometido.
O meu longo estudo bíblico demonstra que a parte em relação a Jesus não estão 100% correctas. Mas vou pesquisar a fundo para poder te mostrar onde me informei.
Longa tarefa me parece que tenho pela frente.
Caro João,
É de salutar a tua iniciativa. Gostei da tua honestidade e do facto de tentares fundamentar-te, em primeiro lugar, antes de apresentares os teus argumentos. Acho que dessa forma irás contribuir positivamente para um debate que se afigura interessante.
Permitam-me entrar nessa discussão. Antes de mais nada, gostaria de dizer que gostei muito do documentário, tendo-o recomendado em meu próprio Blog, há alguns meses. Entretanto, parece-me que as questões levantadas em sua primeira parte estão longe de "desmistificar" as religiões e, em especial, o mito "Jesus Cristo". Porque o que de fato fica, não é tanto a existência (ou não) de um Jesus histórico, a validade (ou não) das afirmações textuais da Bíblia etc. O que me parece relevante é saber "o que significa tudo isso ?". Ou seja, se afinal, como advoga o documentário, tais mitos são recorrentes em várias civilizações, creio que a leitura "que fica" é que algo muito maior e instigante permanece "no ar", não explicado. Penso, em suma, que a questão não se prende tanto à literalidade do que está na Bíblia - que,pelo que sei, foi muito mal traduzida e distorcida, provavelmente por razões políticas - mas as razões de fundo desses mitos, o tesouro escondido das grandes tradições esotéricas. Uma interpretação economicista parece-me muitíssimo empobrecedora...
Abraços!
José Luiz
Caro José Luiz,
Antes de mais gostaria de agradecer o seu comentário que considero enriquecedor para o debate em questão.
Em stricto sensu o que me pareceu do essencial das suas palavras é que “não há fumo sem fogo”. Se todos estes mitos estão espalhados por diferentes religiões e civilizações é porque teve de haver algo que despoletou tudo isto, teve de haver uma centelha que deu início ao fogo. Também concordo. Mas porquê atribuir a isso algo de divino ou místico?
É consabido que, praticamente todas as civilizações no mundo ao longo da História da humanidade adoptaram uma ou várias religiões. Isto acontece porque praticamente todas as religiões buscam prosélitos, e têm tendência a se propalarem. Como grande parte das civilizações se intercomunica(ra)m ao longo da História, não tão rapidamente como na actualidade, mas mesmo assim o suficiente para que ao longo de séculos e milénios algumas deixassem marcas bastante vincadas noutras civilizações.
O Ocidente só adoptou o Cristianismo devido a vários factores. Alexandre o Grande conquistou, também, uma grande parte do Médio Oriente e concomitantemente aquelas zonas passaram a ser dominadas pela Grécia. Mais tarde os Romanos conquistaram a Grécia e todos os povos dominados pelos gregos passarama a lhes pertencer. Roma na altura era o maior Império do mundo, facto que veio facilitar a difusão do Cristianismo. Muitos dos primeiros cristãos rumaram a Roma procurando espalhar esta religião. Mais tarde o Imperador Constantino viria a adoptar o Cristianismo como religião oficial de Roma. Sabemos que o poder que as religiões conquistam prende-se com jogadas de poder mais humanas do que divinas.
Permita-me recorrer a uma analogia já recorrente. As crianças acreditam no Pai Natal porque nós, como adultos, temos a intenção de inculcar essa crença na cabeça das crianças devido a alguns factores. Geralmente o motivo é sempre o mesmo, para que elas se portem bem durante todo ano, depois serão recompensadas com prendas no dia de Natal. A maioria dos governantes ao longo da História sempre se aliaram às instituições religiosas exactamente com o mesmo objectivo. O povo dever-se-ia comportar bem nesta vida para que mais tarde fosse recompensado na “outra vida” com a eternidade. O objectivo é sempre este e o mesmo não tem nada de místico ou divino. Há povos nos Himalaias que acreditam no Abominável Homem das Neves, há outros que acreditam no Bigfoot. Na antiguidade acreditava-se em Dragões que expeliam fogo das suas bocas, em Unicórnios, Centauros, Gigantes, mas tudo se tem revelado falso à medida que a ciência vai avançando. Todos estes mitos tiveram uma origem terrena e não mística.
Abraços,
Helder Gomes
O tempo é muito, mas o que tenho disponível é escasso! Vou faltar ao prometido! Lamento. Não vou conseguir nos próximos meses elaborar um trabalho com pés e cabeça.
Mas vou tocar em alguns aspectos que não creio 100% correctos. (se bem que não voltei a rever o documentário, posso ter falhas de memória).
Segundo me lembro, colocava-se em causa a existência física de Jesus Cristo. A figura ( a pessoa) de Cristo existiu, está provado! Até que ponto é filho de Deus é outra história.
Os mitos são terrenos, mas eu pessoalmente acredito em forças que não controlamos. Falo por experiência própria. O livro "O Segredo" aborda algo que as pessoas não conhecem bem e até acham uma estupidez. Resumindo este livro numa palavra escolheria: ACREDITAR! E o que as religiões pedem aos seus fieis é fé (Acreditar). Daí crer que há algo mais que fumo.
P.S: Este é daquele tipo de discussões que são produtivas quando feitas in locu. Torna-se complicado debater atrvés de foruns, caimos sempre no erro de não sermos suficientemnete claros e profundos como poderiamos ser.
“A figura ( a pessoa) de Cristo existiu, está provado! Até que ponto é filho de Deus é outra história.”
Caro João,
Este é um tema que está longe de estar esgotado, além do mais, à luz da moderna ciência a existência física de Jesus Cristo está longe de estar provada (também está longe de não o estar). As referências dos historiadores, seus contemporâneos, à vida de Jesus Cristo, revelaram-se falsas. Foi verificada a sua falsidade tendo em conta exames grafotécnicos. Foi provado que houve uma interpolação a mando da Igreja Católica, a qual ordenou o acrescento de um parágrafo fora de contexto, em que um judeu, a favor de Roma, teria defendido a divindade de Jesus, nada mais.
Nas fontes pagãs (Suetónio, Plínio e Tácito, que nem contemporâneos de Jesus foram), deparamos apenas com umas vagas referências indicando que no século II era comum a crença de que Jesus tinha sido um personagem real, baseando-se apenas na doutrina cristã e num tal de Chrestus, que nada tinha a ver com a personagem de Paulo de Tarso. Nas fontes judias antigas, Jesus é brevemente mencionado no Talmude e numas tantas passagens da obra do historiador Flávio Josefo. Nessas passagens, no entanto, a imagem que nos é dada de Jesus em nada difere da que nos é transmitida pelos Evangelhos, razão por que são precisamente sobre essas que incidem as dúvidas dos peritos quanto à sua autenticidade. Interrogam-se sobre se não serão acrescentos posteriores cristãos, introduzidos com o intuito de beneficiar da autenticidade histórica que conferem os textos de Josefo. Restam, assim, como fontes exclusivas, os quatro Evangelhos, obras muito duvidosas, como já pudemos observar, e notavelmente contraditórias entre si.
Tendo apenas a Bíblia como prova histórica, sabemos que a mesma não é um documento histórico fiel. Baseia-se em meias verdades. Os Evangelhos, sendo por natureza confissões de fé, são textos apologéticos, mitificados, com tantos vazios e silêncios inexplicáveis, que qualquer historiador rigoroso e objectivo, em abono da verdade, terá por certo muita dificuldade em encarar como fonte fidedigna. Curioso, também, é o facto da vida de Jesus Cristo ter começado a ser escrita 40 anos após a sua morte e a conclusão final desses evangelhos se ter situado 30 anos depois. Sendo assim, os evangelhos que deram origem, mais tarde ao Novo Testamento foram concluídos 70 anos após a morte de Jesus Cristo.
Como este é um assunto que “dá pano para mangas”, não me vou alongar mais por agora. Gostaria de referir que com a explanação acima, não é minha intenção provar a sua não existência. O meu intento foi, apenas, o de contribuir para a dúvida em relação ao Jesus Cristo histórico.
P.s.: Penso que a discussão em Fóruns é bastante mais profícua, tendo em conta que se atinge um maior grau de objectividade, visto que há mais tempo para pensar numa resposta adequada.
Fontes:
RODRIGUEZ, Pepe – “Mentiras Fundamentais da Igreja Católica” – 1997
SAGESSE, La – “Jesus Cristo Nunca Existiu” em: http://www.geocities.com/realidadebr/textos/jesuscristonuncaexistiu.htm
Mais importante do que se explicar o mito Jesus Cristo é conhecer o motivo da sua criação. É uma grande ingenuidade imaginar que o cristianismo tenha surgido de uma grande necessidade religiosa que acometeu o mundo antigo. Claro que não foi assim. A causa foi política e muito simples, podem jogar a hermenêutica e a exegese no lixo. Aqui vão dois textos complementares a respeito. Boa leitura.
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/a-antiga-dec-ncia-crist
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/e-o-mundo-ocidental-quase-foi-judeu
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